"Não devemos esquecer que, embora o foco da crise de refugiados esteja colocado sobre a Europa agora, a maior pressão permanece no Médio Oriente e Norte de África, e isso tem sido assim nos últimos cinco anos" disse a atriz e embaixadora da agência da ONU para os refugiados (Acnur).
A estrela de Hollywood visitou os campos de refugiados no Vale do Bekaa, no leste do Líbano, onde conheceu uma mulher de 38 anos paralisada há três anos, depois de ter sido atingida por um atirador de elite. "Ao longo do encontro não pediu nada, nem parou de sorrir, e não falou de outra coisa senão do seu desejo de que os filhos tenham a oportunidade de ir à escola e ter uma vida melhor", afirmou Angelina Jolie.
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"Para mim, eles são heróis e questiono-me: o que tem que acontecer para que nos encontremos numa situação em que os sobreviventes são tratados como mendigos", criticou a embaixadora, que mais tarde se reuniu com grupos de mulheres que vivem em abrigos em Beirute.
A atriz pediu aos governos que intensifiquem os esforços para ajudar os refugiados, numa altura em que se estima que cinco milhões de sírios tiveram que deixar o país para fugir ao conflito. Jolie pediu "calma e dignidade" para responder à crise de imigração, que em 2015 gerou uma onda de refugiados que levou um milhão de pessoas para a Europa.
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"Não podemos deixar que o medo nos vença", disse, citando como exemplo o Líbano, um país pequeno que recebeu um milhão de sírios. O conflito sírio, que começou a 15 de março de 2011, com protestos pacíficos reprimidos militarmente, tornou-se uma luta complexa com um grande número de atores locais e internacionais.
Desde então, mais de 270.000 pessoas morreram e milhões fugiram das suas casas, provocando consequentemente, uma crise migratória na União Europeia.
A guerra permitiu a ascensão e estabelecimento de grupos como o Estado Islâmico e a Frente al-Nusra, braço da al-Qaeda na Síria, excluídos da trégua que vigora neste momento.
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