A posição foi transmitida por João Lourenço durante a intervenção que realizou na capital da República do Congo, na primeira cimeira de chefes de Estado e do Governo da Comissão da Bacia do Congo, considerada a segunda maior reserva verde do mundo, depois da Amazónia.
Esta comissão foi lançada em março de 2017 e tinha associado o chamado Fundo Azul, com uma dotação prevista de 100 milhões de euros por ano, para promover projetos de redução dos efeitos do aquecimento global na Bacia do Congo, a preservação dos recursos hídricos e sobretudo a diminuição dos problemas das populações ribeirinhas que vivem da caça, colheita, pesca, agricultura de corte e queima de madeira.
“Relativamente ao Fundo Azul, gostaria de destacar que o meu país criou as condições necessárias para que o Ponto Focal realize o seu trabalho a nível nacional e, além disso, asseguramos também a contribuição financeira que se impõe para que o referido Fundo possa funcionar sem percalços. Apelamos aos estados-membros para que façam um esforço no sentido de efetuarem as suas contribuições de modo a garantir-se a concretização plena dos objetivos do fundo”, disse João Lourenço, na intervenção de hoje.
Governantes de 13 países africanos, entre os quais Angola, lançaram em março de 2017 o Fundo Azul, para gestão racional e sustentável da Bacia do Congo, iniciativa que foi impulsionada no ano anterior, em Marrocos, durante a 22.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP22).
Na cimeira de hoje estiveram presentes cerca de uma dezena de chefes de Estado e do Governo de países africanos da bacia do Congo.
“Creio que a presença de tão ilustres chefes de Estado nesta cimeira diz, por si só, da importância e das preocupações que cada um de nós tem a respeito desta problemática.
Por isso, acredito que as decisões emanadas desta cimeira, face a relevância que os temas ligados ao clima têm na agenda internacional, ajudarão a criar as condições necessárias para o funcionamento cabal da Comissão da Bacia do Congo e do Fundo Azul”, reconheceu o Presidente angolano.
Também conhecido rio Zaire, o segundo maior em África e o sétimo do mundo, a bacia do Congo tem uma extensão total de 4.700 quilómetros. Trata-se do segundo maior rio do mundo em volume de água, chegando a debitar um caudal de 67.000 metros cúbicos de água por segundo no oceano Atlântico, mas representa uma área com cerca de 200 milhões de hectares de floresta tropical, sendo assim o segundo maior pulmão ecológico do mundo e o maior reservatório da biodiversidade em África.
Na sua intervenção, o chefe de Estado angolano assumiu o compromisso de que Angola “colocará todo o seu empenho na execução das grandes iniciativas” no âmbito da Comissão do Clima da Bacia do Congo, “com especial ênfase para as matérias ambientais que são transversais para África e para o mundo de uma maneira geral, de modo a criarem-se as bases para a construção de um desenvolvimento sustentável”.
“Tenhamos todos consciência de que as questões do clima e do ambiente implicam um esforço concertado e conjugado dos Estados membros da Bacia do Congo e dos do resto do planeta, para que de forma coordenada se faça uma gestão responsável dos recursos naturais que são não apenas nosso património, mas de toda a humanidade, no geral”, apelou.
Além de Angola, países como o Chade, Camarões, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, República do Congo, República Democrática do Congo, Burundi, Ruanda, Zâmbia e Tanzânia, têm interesses na Bacia do Congo.
Comentários