O chefe de Estado falava no palácio presidencial, em Luanda, na tomada de posse do novo Inspetor-Geral da Administração do Estado, o comissário Sebastião Domingos Gunza, que transitou do Serviço de Investigação Criminal (SIC).
“No quadro da necessidade de moralização da nossa sociedade, importa que levemos a cabo um combate sério contra certas práticas, levadas a cabo quer por gestores quer por funcionários públicos. Praticas que, em princípio, lesam o interesse público, o interesse do Estado, o interesse dos cidadãos que recorrem aos serviços públicos”, apontou João Lourenço.
O comissário, da Polícia Nacional de Angola, Sebastião Domingos Gunza ocupava até agora o cargo de diretor-geral adjunto do SIC. Além do novo Inspetor-Geral da Administração do Estado, o Presidente angolano nomeou e empossou hoje, para os cargos de inspetores-gerais adjuntos, Beatriz Alberto Quitambe Fernandes, Rosa Luís de Sousa Micolo e Maria Isabel Fernandes Tormenta dos Santos.
“Esperamos que a tão falada impunidade nos serviços públicos tenha os dias contados. Não é num dia, naturalmente, que vamos por fim a essa mesma impunidade, mas contem com a ajuda de todos e acreditamos que, paulatinamente, vamos, passo a passo, caminhar para a redução e posteriormente a eliminação da chamada impunidade”, disse ainda João Lourenço, após a posse dos novos responsáveis.
Na cerimónia, Sebastião Domingos Gunza assumiu o compromisso de “acabar com as más práticas” e os “vícios” na administração do Estado.
O Presidente angolano exonerou a 20 de novembro o anterior Inspetor-Geral da Administração do Estado, Joaquim Mande.
Um despacho assinado por Joaquim Mande, publicado a 15 de setembro último, gerou forte polémica em Angola e não chegou a ser esclarecido publicamente. O documento, então consultado pelo Lusa, publicado 11 dias antes da tomada de posse de João Lourenço como Presidente da República, determinava que ficavam “arquivados todos os processos da atividade inspetiva desenvolvida pela Inspeção Geral da Administração do Estado de 01 de janeiro de 2013 a 30 de agosto de 2017″.
Desde que tomou posse, a 26 de setembro, na sequência das eleições gerais angolanas de 23 de agosto, João Lourenço procedeu a exonerações de várias administrações de empresas estatais, dos setores de diamantes, minerais, petróleos, comunicação social, banca comercial pública e Banco Nacional de Angola, anteriormente nomeadas por José Eduardo dos Santos.
A exoneração de Isabel do Santos, filha do ex-chefe de Estado, do cargo de presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol, aconteceu na quarta-feira passada e foi a decisão mais mediática.
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