De acordo com os dados avançados hoje pela porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, quando estão escrutinados 9.114.386 votos (97,82% do total), o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) lidera a contagem nacional, com 4.071.525 votos (61,10%), o que corresponde a 150 deputados e à eleição de João Lourenço para Presidente da República.
O secretário do Bureau Político do MPLA para as questões políticas e eleitorais, João Martins, já disse hoje que o partido, depois de apurados os dados definitivos, vai analisar o resultado eleitoral nas várias estruturas partidárias.
Nas eleições gerais de 2012, a última às quais concorreu como cabeça-de-lista do MPLA José Eduardo dos Santos, Presidente da República desde 1979, que decorreram nos mesmos moldes, o MPLA arrecadou 4.135.503 votos, equivalente a 71,80% da votação e 175 deputados, o que na altura já representou menos 16 mandatos.
No plano oposto, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), liderada por Isaías Samakuva, sobe para 1.780.038 votos e 26,71% do total, com 51 deputados, quando nas eleições gerais de 2012 conquistou 1.074.565 votos (18,7% do total) e 32 deputados à Assembleia Nacional.
Em 2008, a UNITA arrecadou 10,36% dos votos.
A Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), que tem Abel Chivukuvuku como presidente e que se estreou nas eleições de 2012, arrecadando então 345.589 (6%) e oito deputados, duplicou o número de mandatos nas eleições de 2017, para 16, com 630.234 votos (9,46% do total).
O Partido de Renovação Social (PRS), liderado desde maio por Benedito Daniel, perdeu um dos três deputados que tinha conquistado em 2012, enquanto a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) viu apenas o seu líder, Lucas Ngonda, ser eleito ao parlamento, contrariamente aos atuais dois deputados.
De acordo com os dados avançados hoje pela CNE, estão apuradas 24.807 das mesas de voto (97,38%), correspondentes a 9.114.386 eleitores (97,82%).
Os comissários nacionais eleitorais representantes dos partidos UNITA e CASA-CE demarcaram-se na quinta-feira dos primeiros resultados apresentados CNE.
Em conferência de imprensa, os comissários, que fazem parte do grupo técnico, referem que a posição é tomada devido ao procedimento como foi feito e avaliado o documento que reportou os resultados provisórios.
Os comissários sublinharam que "não se reveem" na comunicação da CNE, porque "não foi feita com base nos termos legais".
Segundo os comissários, a lei estabelece que é à CNE que cabe congregar os resultados eleitorais, apurar cada uma das candidaturas nas mesas de voto, com base nas informações produzidas pelas comissões municipais e provinciais.
"Nenhuma comissão provincial eleitoral, de Cabinda ao Cunene, se reuniu para se produzirem os resultados que foram anunciados. Aqui estão membros que fazem parte da coordenação técnica do centro de escrutínio, igualmente eles não participaram na produção daqueles resultados", disse o comissário da UNITA, Cláudio da Silva.
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