No dia 9 de outubro, uma caixa castanha foi entregue a Ron Sargent, na sua loja de reparação de couro, Outback Leather - renomeada depois de a comprar ao proprietário anterior. A encomenda era endereçada à Gayer's Saddlery, a empresa onde tinha trabalhado nos anos 70 em Laurel, Maryland, depois adquirida em 1995. Com portes no valor de três dólares e com um carimbo do datado de 22 de agosto de 1979, a encomenda tinha levado mais de 41 anos a chegar ao seu destino.
A notícia é contada pelo Washignton Post, que explica a surpresa de Ron Sargent, que rapidamente terá identificado o conteúdo da caixa pelo formato: um par de botas.
De acordo com a notícia, no dia da entrega, Sargent estava ocupado e colocou a encomenda numa prateleira e só no dia 28 de outubro a abriu.
As botas tratavam-se de um par de botas de montar Burghley, feitas em Inglaterra antes da empresa ter terminado a atividade. Segundo Sargent, a Gayer's Saddlery vendia e reparava milhares de pares de Burghleys.
Quando Sargent examinou a caixa, viu a sua própria caligrafia no pacote e supôs que, depois de ter reparado as botas, em 1979, deveria ter escrito o montante devido pela reparação e a quantidade de comprimento que teria cortado na parte de cima de cada bota para um ajuste, tendo procedido depois ao envio do par para o cliente. Ao que parece, o cliente deverá ter usado a mesma caixa para devolver as botas, embora só tenham chegado agora.
Sargent também encontrou outros itens, relacionados com equitação, dentro da caixa. O remetente era “Dr. A.K. Taori”, de South Charleston, Virgínia Ocidental. Como até ao momento não conseguiu localizar Taori ou os seus familiares, Sargent decidiu tornar a história pública com o objetivo de poder “levar-lhes as botas de volta”. Além disso, foi motivado também pelo facto de o Serviço Postal dos Estados Unidos estar a ser referido nos noticiários pelos seus “serviços erráticos e lentos”, mencionando ainda preocupação com os boletins de voto para as eleições de 3 de novembro.
“Com toda a gente preocupada com os seus boletins de voto por correspondência, isto faz-nos pensar”, explica, relembrando que tinha visto também na televisão uma história sobre um postal com 100 anos que tinha sido agora entregue no Michigan.
Segundo o Serviço Postal dos EUA, os casos de entregas que levam décadas a concluir são raros: “Em muitos casos, cartas antigas, postais e outros itens entregues há anos atrás são lançados no fluxo de correio por clientes que os descobrem ou os compram na esperança de que o Serviço Postal possa restabelecer os itens aos seus remetentes, destinatários ou familiares originais”, explicou Michael Hotovy, porta-voz do Serviço Postal dos EUA, citado pela publicação.
Para Sargent, é improvável que tenha sido isso que aconteceu no seu caso, explicando que o carteiro que lhe fez a entrega não queria que o seu nome fosse mencionado “porque não queria assumir a culpa por tê-la entregue 41 anos mais tarde”.
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