A Agência de Reincorporação e Normalização (ARN) colombiana disse que Jaime Luis Díaz, um dos signatários do acordo de paz de 2016, foi morto no departamento de Sucre, dois dias antes das eleições locais e regionais, que serão realizadas no domingo.
Díaz “acreditou num acordo, cumpriu-o e comprometeu-se com a pluralidade de vozes e lideranças para expandir a democracia e alcançar a transformação territorial com ações de paz”, lamentou a ARN.
O antigo guerrilheiro “foi assassinado com uma arma de fogo no distrito de Vereta, zona rural do município de Chalán”, e o seu corpo “foi abandonado na estrada”, indicou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz.
Também na sexta-feira, três soldados morreram num ataque armado, que incluiu a ativação de um campo minado, numa zona rural do departamento de Córdoba, no noroeste da Colômbia, dominada pelo grupo criminoso Forças Gaitanistas de Autodefesa.
A procuradora-geral da Colômbia pediu na sexta-feira formalmente aos Ministérios do Interior e da Defesa a ativação de um dispositivo de segurança especial para as eleições regionais.
Margarita Cabello Blanco instou também a que as autoridades policiais tenham a postos dispositivos de emergência, para o caso de haver manifestações ou outras alterações à ordem pública durante o dia das eleições.
O Presidente da Colômbia desvalorizou na sexta-feira os alertas sobre um eventual “grande desastre” de segurança no país nas eleições.
Gustavo Petro acrescentou: “Tudo o que disseram foi uma manobra com a intenção de captar votos, não vou dizer em quem”.
A Provedoria de Justiça advertiu na quinta-feira que pelo menos 133 municípios, incluindo Bogotá, poderiam sofrer alterações à ordem pública, como protestos ou distúrbios, nas eleições de domingo, em que serão eleitos 1.102 presidentes de câmara, 32 governadores, vereadores, deputados das assembleias regionais e membros das juntas administradoras locais.
A Procuradoria-Geral indicou na quarta-feira que sete candidatos — seis para autarquias e um para uma Junta Administrativa Local — foram assassinados durante a campanha eleitoral.
A Fundação Paz & Reconciliação denunciou que 37 pessoas foram assassinadas durante a campanha para as eleições.
No início do mês, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, lamentou a violência persistente contra ex-membros das FARC.
No total, quase 400 antigos membros das FARC foram mortos desde a assinatura dos acordos de paz em 2016.
Comentários