O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que foi “cometido um erro grave” sobre o novo aeroporto por parte do ministro das Infraestruturas, erro que Pedro Nuno Santos assumiu "com humildade" e que foi “prontamente corrigido”.

Esta justificação foi transmitida aos jornalistas por António Costa antes de se encontrar com o Presidente de França, Emmanuel Macron, no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, tendo adiantado que não teve aviso prévio do teor despacho do Ministério das Infraestruturas por na quarta-feira se encontrar na cimeira da NATO em Madrid.

"Tenho a certeza de que o senhor ministro das Infraestruturas [Pedro Nuno Santos] não agiu de má-fé. Compreendeu bem o erro que cometeu. Teve humildade de o assumir publicamente. Teve a humildade de corrigir o erro que tinha cometido”, declarou.

Interrogado sobre as condições políticas de Pedro Nuno Santos para se manter no executivo, após ter sido desautorizado na questão da futura solução aeroportuária para a região de Lisboa, o líder do executivo respondeu: “Acho que a confiança está totalmente restabelecida”.

“E pronto, espero que não aconteça mais nenhum erro”, acrescentou.

Na sua declaração inicial, o primeiro-ministro começou logo por salientar que o próprio ministro Pedro Nuno Santos reconheceu publicamente ter cometido “um erro grave, felizmente prontamente corrigido”.

“A orientação do Governo está restabelecida. O despacho está revogado”, declarou o primeiro-ministro.

Na quarta-feira, o Ministério das Infraestruturas divulgou que a nova solução aeroportuária para Lisboa passava pela construção de um novo aeroporto no Montijo até 2026 e por encerrar o aeroporto Humberto Delgado, quando estivesse concluído o de Alcochete, em 2035.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, assumiu esta solução em entrevistas à RTP e à SIC Notícias.

Já esta manhã, o primeiro-ministro “determinou ao ministro das Infraestruturas e da Habitação a revogação do despacho ontem [quarta-feira] publicado sobre o novo aeroporto da região de Lisboa”.

Interrogado sobre qual foi o erro grave cometido pelo ministro das Infraestruturas, António Costa respondeu: “Tendo sido definido pelo Governo que o principal partido da oposição seria ouvido sobre o novo aeroporto, ninguém toma uma decisão a dois dias de entrar em funções o novo líder do PSD [Luís Montenegro]. Agora é preciso acalmar tudo”, considerou o líder do executivo.

Já sobre as razões que o levou a manter o ministro das Infraestruturas dentro do executivo, António Costa disse que conhece há muitos anos Pedro Nuno Santos, referiu que trabalha com ele já há quase sete anos e que este “compreendeu o erro que cometeu e teve humildade de o assumir”.

“Tivemos uma conversa muito franca, para mim bastante esclarecedora

“Houve um erro grave, o ministro já o assumiu, teve a oportunidade de falar comigo, está corrigido o erro e agora é seguir em frente”, sustentou.

O primeiro-ministro foi confrontado com a tese de que o titular da pasta das Infraestruturas deveria sair do Governo, mas contrapôs que “até os políticos são humanos”.

“Como todos os seres humanos também cometem erros. O mais importante é quando os erros ocorrem as pessoas terem consciência deles e corrigirem-nos.”, alegou, antes de apresentar outro argumento, este de ordem estritamente política.

“O senhor ministro [Pedro Nuno Santos] disse publicamente que está de acordo com a orientação definida por mim para o Governo. A orientação é a de que temos de trabalhar para encontrar um consenso nacional, designadamente com os partidos da oposição e, em particular, com o PSD, para termos uma decisão sólida dos pontos de vista político, ambiental, económico e técnico” tendo em vista aumentar a capacidade aeroportuária da região de Lisboa, acrescentou.

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