Com António Costa viajam também os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Agricultura, Capoulas Santos, assim como os secretários de Estado Teresa Ribeiro (Negócios Estrangeiros e Cooperação), Eurico Brilhante Dias (Internacionalização) e Ricardo Mourinho Félix (Adjunto e das Finanças).
Esta visita oficial do primeiro-ministro a Angola acontece após um período de impasse político entre os dois países, depois de a justiça portuguesa ter constituído como arguido o antigo vice-presidente angolano Manuel Vicente.
Só na sequência da decisão judicial de transferir o processo de Manuel Vicente para Luanda, em maio passado, é que as visitas de alto nível de Estado deixaram de estar suspensas por determinação do Governo angolano.
Já no plano económico, com a quebra dos preços do petróleo nos mercados internacionais a partir de 2014, Angola entrou em recessão, o que diminuiu de forma significativa o valor das suas transações com Portugal (cerca de 40% até 2017). A partir do final de 2017, no entanto, Angola começou a apresentar sinais de recuperação.
Na terça-feira, após a reunião entre o Presidente da República de Angola, João Lourenço, e o primeiro-ministro português, os dois governos deverão assinar cerca de uma dezena de acordos, entre os quais uma convenção para o fim da dupla tributação e um memorando para a progressiva regularização de dívidas de entidades públicas angolanas a empresas portuguesas, cujo montante global se estima entre os 400 e os 500 milhões de euros.
Os governos de Lisboa e de Luanda vão ainda ampliar linhas de crédito, estabelecer um plano de cooperação no setor da agricultura e assinar um Programa Estratégico de Cooperação 2018/2022.
António Costa chega a Luanda ao início da manhã, pelas 07:05 horas, sendo então recebido pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto.
Este primeiro dia de presença de António Costa na capital angolana, que coincidirá com um feriado (o Dia do Herói Nacional), terá sobretudo uma componente económica, estando previsto um encontro à porta fechada com empresários portugueses que operam no mercado angolano.
Além do encontro com empresários, o primeiro-ministro terá também visitas com significado histórico, como a deslocação à Fortaleza de Luanda, onde está o recém-recuperado Museu Nacional de História Militar.
Na parte da tarde, o primeiro-ministro tem ainda previsto um passeio pela Baía de Luanda e termina o dia com um encontro com a comunidade portuguesa residente na capital angolana.
Um encontro que decorrerá no Centro Cultural Português e que ocorrerá depois de visitar a obra do hospital materno-infantil da Camama, que está a cargo da empresa portuguesa Casais, num projeto avaliado em 194 milhões de dólares norte-americanos.
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