Na entrevista, António Costa negou novamente a possibilidade de uma candidatura a Belém. "Já disse que é cargo que nunca exercerei na vida, podem estar todos descansados", disse bem humorado.
O ex-primeiro ministro referiu ainda as legislativas de março deste ano. "As eleições decorrem no pior momento possível para quem estava a governar. Estávamos a chegar ao momento em que a inflação começava a ceder, em que as taxas de juro finalmente tinham estabilizado. Era difícil ter um pior contexto económico e social para ir a eleições", frisou.
Quanto à Operação Influencer, Costa recordou os “dias difíceis” após a sua demissão. “Foi a sensação de ter sido atropelado por um comboio e ter saído vivo”, garantiu. “Quando vi a suspeição oficial foi muito claro. [A demissão] era a única solução do ponto de vista de proteção do cargo de primeiro-ministro”.
Agora, diz-se de “consciência tranquila”. “Sei muito bem como vai acabar esta série, só não sei quantos episódios ou quantas temporadas vai ter até chegarmos lá. Mas sei o fim”, disse, mostrando-se convicto de que, no final, ficará provada a sua inocência.
Costa, que anunciou que passará a escrever uma crónica aos sábados no jornal Correio da Manhã e irá comentar na nova televisão do grupo de media daquele jornal, admitiu ser difícil assumir um cargo europeu a breve prazo.
Questionado sobre o exercício de um cargo europeu, o anterior primeiro-ministro respondeu que "depende das circunstâncias", mas "com um processo pendente é muito difícil haver essa solução".
Quanto à sua nova vida, Costa disse que "há pequenos luxos que se ganham", como "ter o telemóvel desligado à noite" ou "não pôr o despertador" para acordar de manhã.
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