"A União Europeia fixou-nos um objetivo de termos um défice de 2,5% e nós podemos hoje dizer que teremos um défice confortavelmente abaixo de 2,5%. São esses os dados da execução orçamental, quer do lado da despesa, quer do lado da receita, e tendo em conta o próprio nível de crescimento da economia", declarou António Costa aos jornalistas, no final de uma receção à Delegação Paralímpica de Portugal, no antigo Museu dos Coches, em Lisboa.
O primeiro-ministro falava a propósito dos últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), segundo os quais no segundo trimestre deste ano a economia portuguesa cresceu 0,9% face ao período homólogo do ano passado e 0,3% em relação ao trimestre anterior - valores que foram revistos em alta em 0,1 pontos percentuais.
Questionado sobre a tese de que o modelo económico do Governo não está a resultar, António Costa respondeu: "Os dados conhecidos hoje revelam que, felizmente, estamos a inverter, ainda que ligeiramente, a tendência que vinha de 2015, de desaceleração. O país sofreu quatro anos de um choque económico brutal que nos fez recuar décadas em crescimento, em emprego, em investimento. É necessário fazer agora um esforço acrescido".
"A oposição falhou no Governo e agora falha sistematicamente nas previsões que faz enquanto oposição", acusou.
Ainda sobre a atual conjuntura, o primeiro-ministro reforçou: "Aquilo que os números indicam, como hoje os números do INE, é que estamos a inverter a tendência que vinha de 2015 - não de forma robusta como ambicionamos e para a qual temos de caminhar. Os dados do emprego são também positivos. Os dados do clima económico e da confiança são positivos. E é essa a trajetória que temos de seguir".
"Se tivéssemos prosseguido a linha de austeridade, de aumentar os impostos, de cortar salários, de cortar pensões, de aumentar o IVA, certamente hoje ainda teríamos um crescimento menor do que aquele que temos", argumentou.
Segundo o primeiro-ministro, é preciso "acelerar os fatores que contribuam para o crescimento da nossa economia: prosseguir a reposição do rendimento das famílias, dar execução ao programa que aprovámos Capitalizar, de forma a que as empresas tenham melhores condições para poderem investir, acelerar a execução dos fundos comunitários".
Como fatores decisivos para "um caminho mais sustentável", António Costa elencou "a reposição do rendimento das famílias, a criação de condições para as empresas poderem investir, a estabilização do sistema financeiro, o apoio e a criação de novos canais de exportação".
"Infelizmente, estamos a fazer esta inversão contra muitos mercados que são muito importantes para as nossas exportações e que neste momento estão a atravessar problemas específicos", referiu.
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