Esta posição de António Costa em relação à cidade que deveria protagonizar a candidatura portuguesa à sede desta agência, que está atualmente instalada em Londres, mas que sairá do Reino Unido em consequência do "Brexit", foi hoje transmitida à agência Lusa por fonte oficial do Governo.
De acordo com a mesma fonte do executivo, o primeiro-ministro teve de mudar a sua posição depois de a comissão da candidatura portuguesa se ter deslocado ao Reino Unido, onde analisou na sede da própria agência as condições base de sucesso para uma corrida que está a ser disputada por cerca de 20 cidades europeias.
Essas condições de base, todas elas cumulativas, passam pela existência de fáceis ligações aéreas para os cerca de oito mil funcionários da Agência Europeia do Medicamento, por haver escolas para os filhos desses mesmos funcionários e, finalmente, pela disponibilização imediata de uma lista de edifícios para num deles se instalar a sede da agência, logo depois de esta sair de Londres.
"Foi explicado ao primeiro-ministro que Lisboa oferecia melhores garantias de segurança do que o Porto e que a opção pela capital portuguesa era a única que reunia condições mínimas de êxito da candidatura", salientou a mesma fonte do Governo.
No último dia de visita oficial ao Chile, António Costa, em declarações aos jornalistas, remeteu para mais tarde esclarecimentos sobre esta polémica em torno da cidade que protagoniza a candidatura portuguesa para acolher a sede da Agência Europeia do Medicamento.
Um jornalista questionou António Costa sobre a controvérsia existente resultante do facto de o Governo ter escolhido Lisboa e não o Porto ou Braga para protagonizar a candidatura portuguesa.
"Ora muito bem, disse tudo, em Lisboa [sobre a polémica]. Em Lisboa falamos sobre isso tudo", reagiu.
Um membro do Governo lamentou à agência Lusa esta controvérsia em Portugal, advertindo que tal "poderá fragilizar a candidatura portuguesa".
"Estamos ainda muito longe de uma decisão da União Europeia. Concorrem connosco cidades europeias importantes e já estamos a dar tiros no pé. Se a sede ficar em Lisboa todo o país vai beneficiar", sustentou o mesmo membro do executivo.
Perante os jornalistas, António Costa, antes de visitar a Biblioteca de Santiago, onde, juntamente com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, observou documentação histórica do século XVI - em particular o acervo referente à circum-navegação de Fernão Magalhães - também se recusou a falar sobre a polémica em torno da administração da TAP.
Questionado sobre a ideia transmitida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no sentido de se alargarem os concursos para a nomeação de administradores de empresas públicas, o primeiro-ministro respondeu: "Essas matérias trataremos depois, quando regressarmos a Portugal" - o que acontecerá na sexta-feira de manhã.
Interrogado se a nova administração da TAP, apesar das polémicas sobre critérios de nomeação, tem condições internas de estabilidade para continuar a internacionalizar a transportadora aérea nacional, António Costa voltou a dar uma resposta telegráfica: "Com certeza que sim".
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