“É um bom dia para as nossas Forças Armadas, é um bom dia para o nosso sistema de inovação e indústria, é um bom dia para a cidade de Évora, para o conjunto do Alentejo e para a coesão territorial e é um grande dia para as relações entre Portugal e o Brasil”, destacou o primeiro-ministro.

Segundo António Costa, que discursava nas instalações da Embraer em Évora, na cerimónia em que foram assinados os contratos para a aquisição por Portugal de aeronaves KC-390, “hoje é um dia particularmente feliz por quatro razões”, que passou a explicar, uma a uma.

Os contratos para a compra de cinco aviões da construtora aeronáutica brasileira, com componentes feitos em Portugal, nomeadamente nas unidades da Embraer, as duas fábricas em Évora e a OGMA (Alverca), visam substituir os Hércules C-130, e envolvem um total de 827 milhões de euros.

O negócio inclui a aquisição de um simulador de voo e a manutenção das aeronaves nos primeiros 12 anos de vida.

Segundo António Costa, as Forças Armadas Portuguesas “veem hoje reforçadas, no âmbito da execução da Lei de Programação Militar, as suas capacidades em matéria aeronáutica”, disse, em primeiro lugar.

E, frisou, ficam dotadas “com uma nova geração de aeronaves de transporte tático e estratégico, de apoio a missões de interesse público que podem substituir a esquadra dos C-130 que, desde 1977, operam ao serviço da Força Aérea Portuguesa”.

Perante a audiência, integrada, entre outros, pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, ou responsáveis da Embraer, como o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Jackson Schneider, o primeiro-ministro aludiu também aos avanços nos sistemas de inovação e industrial do país.

“O investimento em segurança e defesa” deve ter “duplo uso” e o projeto do KC-390 “não é só no âmbito da defesa”, tendo tido “um efeito catalisador muito importante no desenvolvimento na capacidade do conjunto da energia aeronáutica” portuguesa.

E, se hoje se pode falar num ‘cluster’ aeronáutico em Portugal, “isso deve-se, em grande medida, a este projeto” e ao “seu potencial mobilizador de competências de investimento e de criação de capacidade industrial”, acentuou.

Para Costa, a existência da Embraer em Évora também não pode ser esquecida e “é um fator muito importante para a coesão territorial em Portugal”.

Quanto às relações entre Portugal e o Brasil, que “sempre foram aliados e países irmãos”, estas “correspondem a interesses permanentes” de ambos os Estados e o KC-390 é disso exemplo: “É efetivamente um projeto cooperativo, desenvolvido em conjunto pelas diferentes entidades no Brasil e em Portugal” e que já originou outros projetos industriais semelhantes com a Embraer.

Uma vez que o primeiro KC-390 apenas está previsto ser entregue a Portugal em 2023, o primeiro-ministro rematou a sua intervenção dirigindo-se ao presidente da Embraer Defesa e Segurança: “Agora, senhor Jackson Shneider, só falta uma coisa, entregarem mesmo o primeiro avião. Fico à espera”.

(Notícia atualizada às 18:23)