António Costa avançou com este indicador sobre o investimento público na cerimónia de lançamento do concurso aberto pelo Metropolitano de Lisboa para a renovação do sistema de sinalização e para a aquisição de 14 novas unidades triplas de material circulante - investimento avaliado em 127 milhões de euros.
Depois de defender a tese de que o metro de Lisboa e a Carris "estão agora melhor", o primeiro-ministro atribuiu essa mudança a uma inversão da política macroeconómica seguida pelo seu executivo.
António Costa sustentou que foi seguida uma consolidação orçamental "saudável e sustentada", tendo por base fatores como a confiança, o crescimento económico e o aumento da criação de emprego, o que permitiu a Portugal "poupar 1400 milhões de euros no serviço da dívida que tinha para pagar".
"A saída do Procedimento por Défice Excessivo [na União Europeia], a reclassificação da dívida portuguesa pelas agências de notação e a redução dos juros pagos pela dívida pública criaram uma margem que permite a Portugal aumentar o investimento público. No ano passado, o investimento público aumentou 25% e este ano caminhamos para que possa aumentar 40%", referiu o líder do executivo, num discurso que se seguiu aos do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e do presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingos dos Santos.
Na sua breve intervenção, António Costa partilhou a ideia de Fernando Medina de que o metro de Lisboa "está melhor", lamentando, contudo, que não lhe tivesse sido possível dizer o mesmo no período em que esteve à frente da autarquia da capital entre 2007 e 2015.
Neste contexto, elogiou a "estratégia de descentralização" seguida pelo Governo e pela Câmara de Lisboa ao nível dos transportes públicos, "permitindo a cada uma das entidades concentrar-se naquilo que lhe competia".
"A prova é que a Carris está melhor, porque o acionista [a Câmara de Lisboa] está focado exclusivamente na empresa. Mas o metro também está melhor e as outras empresas em que o Estado é acionista estão melhores porque o Estado se libertou da atenção e do encargo com a Carris ou com os STCP (Serviço de Transportes Coletivos do Porto)", disse.
O primeiro-ministro sustentou, ainda, que todos os portugueses beneficiam com a descentralização de competências na área dos transportes, já que, por essa via, "o Estado pode focar-se naquilo que é essencial: Suprir as necessidades de transporte coletivo em áreas em que nem os municípios, nem as áreas metropolitanas, podem assegurar por si esse serviço público".
"Vamos conseguir concretizar um sonho que era inimaginável mesmo para aqueles que o defenderam ao longo de décadas, que é podermos ter um verdadeiro sistema de mobilidade metropolitana efetivamente integrado nos seus horários, na bilhética e na sua marca. Por isso, é prioritário prosseguir este investimento", acentuou, dizendo que uma das primeiras etapas desta reforma deve incidir no centro das áreas metropolitanas.
"A periferia só funciona bem quando o centro estiver a funcionar bem. Temos de investir no centro e prepararmo-nos para chegar cada vez mais longe", sustentou o primeiro-ministro.
Neste contexto, entre outros projetos, António Costa defendeu a controversa ideia (contestada sobretudo por PCP e Bloco de Esquerda) de criar uma linha circular no Metropolitano de Lisboa.
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