Falando na reunião plenária da XXVII Cimeira Ibero-Americana, logo após a intervenção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa referiu que em junho próximo, durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, será inaugurado o cabo submarino digital Ellalink.
"Com amarrações em Fortaleza (Brasil) e em Sines (Portugal), o cabo reforçará a conectividade entre a Europa e a América Latina, constituindo um novo traço de união crucial para o futuro das nossas sociedades e economias, com relações cada vez mais densas e orientadas para uma prosperidade partilhada. Este é um símbolo da ligação ibero-americana. Com este cabo ficamos ainda mais próximos", sustentou o primeiro-ministro português.
Numa nota de improviso, em outro plano da sua intervenção, o líder do executivo disse que se há lição a retirar deste ano de pandemia de covid-19 "é que a humanidade precisa urgentemente de um tratado internacional para as pandemias".
"Um tratado para que no futuro não tenhamos que improvisar ou reagir na emergência, como temos feito com muito custo ao longo deste ano", justificou.
No seu discurso, António Costa referiu-se às consequências da pandemia da covid-19 e disse que Portugal se tem associado aos esforços de vacinação global, através da contribuição conjunta da União Europeia destinada à Covax, "mas também diretamente no apoio aos Países Africanos de Expressão Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste, para onde serão redirecionadas cinco por cento das vacinas adquiridas por Portugal".
"Também no âmbito da nossa presidência do Conselho da União Europeia, temos impulsionado a criação de um Mecanismo Europeu de Partilha de Vacinas, através do qual os Estados-Membros poderão canalizar vacinas para países terceiros, sendo a América Latina uma das regiões prioritárias", completou.
Segundo António Costa, entre as prioridades da presidência portuguesa "estão a modernização do acordo de amizade com o Chile, a conclusão do acordo comercial com o México e do acordo sobre o documento complementar com o Mercosul".
Este último, destacou o líder do executivo português, "é o acordo comercial de maior impacto económico a nível mundial".
António Costa assinalou ainda que no espaço ibero-americano "cooperam Estados de língua portuguesa e de língua espanhola, sendo essencial valorizar o equilíbrio das duas componentes linguísticas e a sua projeção no mundo, com o peso conjunto de 600 milhões de falantes, dos quais 260 são lusófonos".
"O aprofundamento da dimensão lusófona enriquecerá a nossa organização e, por esse motivo, saudamos os movimentos de aproximação que têm sido dados nos dois sentidos, incluindo a candidatura da Comunidade Ibero-Americana (CIB) a observador associado da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a candidatura da CPLP a observador consultivo da CIB", declarou.
Ainda de acordo com o primeiro-ministro, Portugal "tem melhorado o nível e qualidade da sua participação no projeto ibero-americano".
"Desde logo, através da abertura do escritório da Organização dos Estados Ibero-americanos para a educação, a ciência e a cultura em Portugal e de um maior envolvimento nos programas setoriais", acrescentou.
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