“Israel tem todo o direito a defender-se agindo militarmente sobre o Hamas, mas respeitando as populações civis da Palestina”, disse António Costa, no âmbito da iniciativa PS Presta Contas dedicada à apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2024.

No Fórum Europa, organizado pela Juventude Socialista em Alvor, concelho de Portimão, o chefe do Governo acrescentou que “as mulheres, os homens e as crianças que vivem na Faixa de Gaza” têm de ver assegurado “o seu direito humanitário”.

Na sexta-feira, Israel ordenou a retirada de "todos os civis" da cidade de Gaza para o sul (mais de um milhão de pessoas), no prazo de 24 horas, antes de uma ofensiva terrestre contra o movimento islamita Hamas, em retaliação ao ataque mais mortífero da história de Israel, há exatamente uma semana.

Hoje, na cidade de Gaza, folhetos em árabe lançados por ‘drones’ (aparelhos voadores não tripulados) israelitas apelavam aos residentes para abandonarem as suas casas "imediatamente". Milhares de palestinianos estão em fuga para o sul da Faixa de Gaza a pé, amontoadas em reboques de camiões, em carrinhos ou de carro.

O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, tinha recusado a retirada da população exigida por Israel, que ordenou a deslocação para o sul do enclave, medida que poderá indiciar uma ofensiva terrestre contra o território palestiniano.

A Faixa de Gaza, um enclave pobre e pequeno, com 2,3 milhões de habitantes, há vários anos sob um bloqueio terrestre, está agora sob cerco, com o abastecimento de água, eletricidade e alimentos cortado por Israel.

O grupo islamita Hamas lançou há uma semana um ataque surpresa contra Israel com milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.