Questionado pelo PAN, no debate quinzenal, sobre as iniciativas marcadas para dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, António Costa considerou importante que “as manifestações existam e as pessoas marquem presença”.
“É um sinal que não estamos disponíveis para continuar a tolerar nem a violência, nem a desigualdade de género, nem a desigualdade salarial. É por isso que eu próprio, enquanto cidadão, me manifestarei amanhã na rua, porque é essencial todos estarmos na rua para travar este combate”, afirmou.
As manifestações, organizadas pela rede 8 de março (um coletivo de organizações feministas), decorrerão por todo o país sob o nome Maré Feminista, estando a iniciativa em Lisboa marcada para as 17:30, na Praça do Comércio.
O deputado único do partido Pessoas-Animais-Natureza, André Silva, apontou as mulheres como um grupo em especial risco de pobreza.
“No nosso país, 24% das mulheres estão em risco de pobreza ou exclusão social: são mais de um milhão e 300 mil mulheres, 18% estão em risco de pobreza monetária e 7% estão em privação material severa. As mulheres continuam numa situação de maior vulnerabilidade, apresentando valores mais elevados que a população masculina em todos – todos – os indicadores”, apontou André Silva.
Segundo o deputado do PAN, “as mulheres são o maior contingente de pessoas a ganhar o salário mínimo e o maior número das beneficiárias do Rendimento Social de Inserção e do Complemento Solidário para Idosos”.
“São o rosto da pobreza e assim continuarão se nada for feito”, apontou, desafiando o Governo a explicar como irá “garantir mais igualdade” e “retirar estas pessoas da linha vermelha da pobreza e da exclusão social”.
Na resposta, António Costa reconheceu que os indicadores apontam que a redução da pobreza e da privação severa se tem verificado “também nas mulheres, mas menos do que na população em geral”.
Por outro lado, o primeiro-ministro destacou que os vários aumentos do Salário Mínimo Nacional têm beneficiado sobretudo as mulheres, uma vez que muitas ganham apenas este valor.
“Foi por isso absolutamente essencial termos aprovado na Assembleia da República, por iniciativa do Governo, uma proposta de lei que visa criar mecanismos para combater a desigualdade salarial”, destacou.
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