António Costa, primeiro-ministro, voltou esta segunda-feira a falar sobre as medidas para os pensionistas, no pacote apresentado na passada semana, para combater a inflação, salientando mais uma vez que "não há truques". Em entrevista à TVI/CNN, este foi o primeiro tema abordado, sendo que o líder do governo também disse que nunca colocará em causa a "sustentabilidade" da Segurança Social.
"Não há truque nenhum. Nós temos um suplemento extraordinário que pagamos em outubro e ponto final. Apresentámos à Assembleia da República uma lei para fixar o aumento das pensões em 2023 entre o máximo de 4,3% e o mínimo de 5,3%", disse o primeiro-ministro, salientando depois que em 2023 os pensionistas conseguirão repor o seu poder de compra entretanto perdido.
"Entre o suplemento extraordinário e o montante que apresentámos à Assembleia da República, nomeadamente o aumento do próximo ano, garantimos que até ao final de 2023, os pensionistas recuperarão o poder de compra face à inflação de 2024. Todos terão até ao final de 2023 um rendimento idêntico ao que seria a aplicação da fórmula legal. Os pensionistas verão reposto a perda de poder de compra perdida ao longo do ano", referiu António Costa, confirmando também que "quinta-feira" será apresentado um pacote de medidas para empresas.
Quanto ao aumento de taxas dos lucros das empresas, desta feita, o primeiro-ministro não descartou essa medida. "Não excluímos, nem decidimos. Se se justificar haverá medidas e se não se justificar não haverá medidas", afirmou.
Referência de inflação de 7,4%
Entretanto, também esta noite, António Costa salientou que o governo está a trabalhar com um referencial de inflação em 2022 de 7,4%, mas rejeitou um aumento dos salários da administração pública da mesma proporção. "Não, não vão com certeza ser aumentados 7,4%", assegurou.
António Costa admitiu que o referencial para os aumentos será de 2%, em linha de conta com o que a União Europeia toma como ideal para não provocar uma espiral inflacionista, mas também terão em conta "a produtividade e o objetivo de aumentar o peso dos salários no produto".
"É sempre muito difícil encontrar o ponto de equilíbrio", de modo que os salários possam aumentar numa proporção que não seja por si própria geradora de inflação e consequentemente de perda de poder de compra, admitiu.
Suplementos para pensionistas pagos entre 8 e 19 de outubro
Um dos temas desta entrevista foi também o pagamento do suplemento extraordinário previsto para outubro, com António Costa a confirmar que os pensionistas da Segurança Social o vão receber no início do mês, ao passo que os que recebem reforma pela Caixa Geral de Pensões receberão o bónus até 19 de outubro.
"Até ao próximo dia 8 de outubro todos os pensionistas da Segurança Social receberão pensão em meia. No dia 19 de outubro todos os pensionistas da Caixa Geral de Pensões receberão pensão e meia”, afirmou.
Medidas para conter aumento na habitação
António Costa também abordou a questão do aumento das taxas de juro, concretamente nos créditos à habitação, confirmando que poderá haver medidas para conter esses aumentos.
"É algo que estamos a analisar, é provável que venha a haver medidas", disse o primeiro-ministro, lembrando que durante a pandemia a questão do pagamento dos créditos à habitação foram solucionados com "moratórias".
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