Intervindo na sessão de consignação da empreitada de desassoreamento do rio Mondego, em Coimbra - obra que, segundo António Costa, tornará o rio "mais resistente aos riscos de cheia" - o primeiro-ministro considerou-a uma inspiração para a prevenção dos incêndios florestais.

"Tal como estamos aqui hoje a tomar as medidas necessárias para prevenir o risco das cheias, temos mesmo de fazer a seguir ao verão aquilo que é necessário para prevenir os incêndios florestais", afirmou.

A esse propósito, o governante considerou "muito importante" a aprovação, pelo parlamento, do pacote legislativo da reforma florestal apresentado pelo Governo e que essa reforma florestal tenha sido promulgada pelo Presidente da República "esta semana".

De acordo com António Costa, a nova legislação irá permitir completar o cadastro florestal "que está há séculos por ser completado a norte do Tejo", possui instrumentos para aproveitar as terras abandonadas e possibilita a criação de entidades de gestão florestal "que deem escala que permite a valorização económica da floresta".

"E que a floresta volte a ser uma fonte de rendimento para as populações, de fixação de emprego das populações e não uma ameaça à segurança de todos", declarou o primeiro-ministro.

"Esta reforma florestal é da maior importância para podermos ter uma floresta mais resistente ao risco de incêndio", adiantou.

António Costa disse ainda que há coisas que o ser humano, os autarcas e o Governo não podem controlar e uma delas é a natureza, ilustrou.

"A natureza aquece e a natureza faz chover. A natureza tem riscos e comporta riscos. Agora, aquilo que os poderes públicos podem e devem fazer é, antecipando os riscos, procurar adotar as medidas necessárias para prevenir esses riscos e melhorar os impactos das tragédias", argumentou.

O primeiro-ministro referiu ainda que a reforma florestal que o Governo propõe agora fazer se tivesse iniciado há 10 anos “seguramente” agora haveria uma floresta mais resiliente.

Da mesma forma, se a obra de desassoreamento do rio Mondego - prometida desde 2001 - tivesse sido feita nessa altura, a seguir a umas cheias, "seguramente em 2016 o comportamento do rio teria sido diferente daquele que foi", quando o ano passado as cheias se repetiram, enfatizou o líder do executivo.

"Por isso, não vale a pena chorar sobre o leite derramado mas há uma noção que todos temos de ter: a cultura da prevenção do risco é uma cultura fundamental em todos os domínios", avisou.