Falando aos meios de comunicação depois de um encontro de membros do Governo com Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa disse não antecipar "que na próxima quinzena se altere o estado de classificação das diferentes partes do país".

A generalidade do território nacional encontra-se em situação de alerta devido à pandemia de covid-19, com exceção da Área Metropolitana de Lisboa (AML), onde 19 freguesias continuaram em situação de calamidade e as restantes passaram a contingência.

Segundo o primeiro-ministro, pode haver "alguma evolução" no que toca ao estatuto da Área Metropolitana de Lisboa, mas, relativamente às 19 freguesias da AML, disse não antecipar "que haja condições para avançarmos no sentido de diminuir o grau de classificação do estado de exceção”

"A boa notícia é que, para já, nada indica que tenhamos de elevar o nível de alerta que vigora na generalidade do país”, disse ainda.

A visita de António Costa, acompanhado pela ministra da Saúde, Marta Temido, e pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, que é também o coordenador do Governo para a região de Lisboa e Vale do Tejo, enquadra-se numa ação de proximidade com os concelhos da AML que se encontram com um elevado número de casos.

Perante os jornalistas, o primeiro-ministro referiu que, depois das reuniões de hoje em Sintra e Amadora, vai também ter idênticos encontros com os autarcas, autoridades de saúde e autoridades de segurança locais dos municípios de Odivelas, Loures e Lisboa - os outros três concelhos mais atingidos pela pandemia da covid-19.

"Procuro fazer uma avaliação local com as pessoas que estão no terreno, de forma a apurar como tudo está a funcionar e como tem sido a resposta. Só uma resposta integrada assegura a eficácia no combate à pandemia da covid-19", defendeu.

António Costa considerou que ainda é cedo para se tirarem conclusões sobre os resultados das medidas adotadas em relação às zonas mais atingidas pela covid-19, "porque só decorreu uma semana de aplicação".

"Os números indicam que há uma tendência de estabilização e já não de crescimento. Mas ainda é cedo e não devemos desarmar", frisou.

A recuperação pode dever-se, avançou, devido ao trabalho das equipas multidisciplinares no terreno nestes concelhos. Estas são constituídas por profissionais de saúde das unidades locais de saúde e da saúde pública, técnicos locais da Segurança Social e da Proteção Civil, técnicos municipais e forças de segurança, colocadas no terreno "de forma a procurar não só assegurar as medidas de confinamento, mas também dar apoio às famílias e às pessoas que têm de estar confinadas, porque só essa resposta integrada assegura a eficácia no combate à pandemia".

No caso de Sintra, o primeiro-ministro destacou medidas tomadas para reforçar a capacidade de intervenção das forças de segurança e para acelerar a velocidade da realização de testes tendo em vista despistar casos positivos.

O primeiro-ministro disse ser necessário manter este trabalho "rua a rua, bairro a bairro, freguesia a freguesia, casa a casa, para poder assegurar a supressão o mais rapidamente possível destes focos, que, não obstante estarem localizados, têm um grande impacto na vida do país”.

Basílio Horta diz que os atuais números são "animadores", mas que ainda se caminha "sobre gelo fino"

Antes de António Costa tomar a palavra, Basílio Horta esteve a comentar os resultados da reunião com os membros do Governo. "Todas as matérias que se prendem direta ou indiretamente com a pandemia foram analisadas", desde a mobilidade a necessidade de testagem no concelho, disse o autarca socialista.

O grupo viu ainda "com todo o detalhe" o apoio que "as equipas vão realizar as pessoas confinadas, a necessidade de as conhecer e a sua realidade, a necessidade de ter um apoio social claro e no domínio da prevenção", para que "seja feita e se possa quebrar esta cadeia de transmissão" no território.

Negando entrar numa onda de "otimismo" e cingindo-se a "realismo", o autarca disse que os últimos dados disponíveis quando ao concelho no que toca aos "casos ativos são animadores". "A verdade é que tem havido um decréscimo sistemático dos casos ativos em Sintra", disse.

“É animador, vamos continuar neste caminho, a partir do momento que estas equipas foram formadas, há um caminho novo e uma esperança nova que se abre no combate a esta pandemia. Estou convencido que os resultados vão ser melhores ainda. Não vamos falar antes do tempo, estamos apenas a dizer que hoje, neste momento, há manifestamente bons resultados. Estamos a caminhar sob gelo fino", concluiu.

Antes da covid-19, segundo o presidente da Câmara de Sintra, o concelho "estava em franco progresso económico e social e registava uma taxa de desemprego de 4,6%, quase pleno emprego".

"Hoje, infelizmente, temos uma taxa de desemprego bem maior. O ano passado, por esta altura, não havia mais do que oito mil desempregados no município. Agora, temos 14,3 mil desempregados. Além da covid-19, estamos ainda a travar um combate contra a crise económica e social", lamentou Basílio Horta.

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