Esta reunião acontecerá ao fim da manhã do segundo dos três dias de luto nacional que o Governo decretou pelas vítimas dos incêndios que deflagraram no domingo e que provocaram pelo menos 41 mortos e cerca de 70 feridos (mais de uma dezena dos quais em estado grave), mas também antes de António Costa participar na Assembleia da República em mais um debate quinzenal.
Em matéria de pagamento de indeminizações às famílias das vítimas do incêndio de junho em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, em que morreram 65 pessoas, o primeiro-ministro prometeu na segunda-feira abertura à existência de um mecanismo “ágil” extrajudicial, dizendo que o seu executivo assumirá “todas as responsabilidades que tiver de assumir”.
António Costa, porém, não detalhou qual a solução planeada, alegando precisamente que receberá hoje, em São Bento, a Associação dos Familiares das Vítimas de Pedrógão Grande, entidade em relação à qual quer ouvir primeiro as suas propostas.
“Quero ouvi-los sobre as propostas que têm para apresentar sobre o nosso sistema de prevenção e combate aos incêndios florestais, sobre a reforma da floresta e também no que respeita à existência de um mecanismo ágil no sentido de que o Estado assuma as responsabilidades que deva assumir. Não vou antecipar agora à conversa que terei no momento próprio com a comissão dos familiares das vítimas”, justificou o primeiro-ministro, que também admitiu a possibilidade de esse mecanismo extrajudicial ser igualmente aplicado às vítimas dos incêndios do passado domingo.
Já a Associação dos Familiares das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande emitiu na segunda-feira, na sequência de mais mortes após os fogos de domingo, um comunicado irónico mas muito crítico em relação ao Governo.
“Perdão pela nossa educação e respeito pelas instituições, perdão pelo nosso respeito pela democracia e o Estado de Direito, perdão pela nossa incapacidade de fazer tremer as instituições, chamando-as para a razão e mudança imediata”, referiu-se nesse comunicado.
Os membros desta associação consideram depois que tinham sido até agora “muito brandos” – atitude que não lhes permitiu “alterar todo um estado de coisas” a seguir ao incêndio de Pedrógão Grande.
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