“As alterações climáticas são o assunto decisivo da nossa época. O primeiro-ministro [das Fiji, Frank Bainimarama] disse-me que esta é a batalha das nossas vidas”, afirmou Guterres no parlamento de Suva.

O secretário-geral das Nações Unidas encontra-se nas Fiji, no âmbito de uma deslocação a vários países do Pacífico, uma região que faz parte dos pontos mais ameaçados do mundo pela subida do nível da água do mar e pelos fenómenos meteorológicos extremos.

“Os próximos anos vão ser um período crucial para salvar o planeta e alcançar o desenvolvimento humano sustentável e inclusivo”, acrescentou António Guterres, lamentando que os países pobres e vulneráveis sejam “desproporcionadamente” afetados.

“As alterações climáticas são mais rápidas do que nós e, infelizmente, em muitas partes do mundo a vontade política para as enfrentar está a atrasar-se”, afirmou.

Por outro lado, na mesma intervenção, Guterres pediu também uma resposta firme contra o ressurgimento dos discursos de ódio, tendo enaltecido os “exemplos de tolerância” registados nas Fiji.

Segundo a Radio New Zeland, após a cerimónia, o secretário-geral da ONU evitou responder às questões dos jornalistas se abordou com Bainimarama a situação de direitos humanos nas Fiji.

A organização não-governamental Amnistia Internacional denunciou em 2018 que o governo das Fiji, liderado por um ex-líder golpista, não assume a responsabilidades sobre atos de tortura contra pessoas detidas pelos militares.

O mesmo relatório da Amnistia Internacional indica que aumentaram também as acusações de sedição e as detenções de pessoas que participam em manifestações pacíficas assim como alerta para as restrições às liberdades de imprensa, de expressão e de reunião no país.

A política nas Fiji, cuja economia depende em grande parte das exportações de açúcar, turismo e das remessas dos emigrantes, tem sido marcada desde a independência do Reino Unido em 1970 pelas rivalidades entre a maioria de etnia fiji e a minoria de origem indiana.