O português também expressou preocupação com a alegada perseguição a que estão a ser submetidos outros antigos funcionários da CICIG, atualmente estão sob investigação.
Guterres “lembra a importante contribuição da CICIG e do seu pessoal para a luta contra a corrupção e a impunidade na Guatemala”, disse o porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, Stepháne Dujarric.
O português instou ainda as autoridades da Guatemala a proteger o pessoal ligado à ONU contra abusos, ameaças, represálias ou atos de intimidação “devido ao trabalho para a CICIG”.
Desde o encerramento da Comissão em 2019, Guterres disse ter recebido numerosos relatos de processos criminais dirigidos contra antigos funcionários em retaliação pelas investigações sobre casos de corrupção.
Claudia González está detida há mais de um mês, acusada de suposto abuso de autoridade quando era responsável por uma investigação contra a juíza do Supremo Tribunal de Justiça Blanca Stalling, que terá tentado eliminar acusações contra um dos filhos.
O antigo chefe da Procuradoria Especial contra a Impunidade (FECI) da Guatemala, organização vinculada à CICIG, Juan Francisco Sandoval, obteve a 14 de setembro asilo político nos Estados Unidos, dois anos depois de fugir por recear represálias do partido no poder.
A procuradora-geral da Guatemala, Consuelo Porras, e Rafael Curruchiche, atual membro da FECI, constam de uma lista norte-americana de pessoas corruptas.
O vencedor das eleições presidenciais de 20 de agosto, Arévalo León, apoiado pelos EUA e pela UE, pediu aos tribunais, a 13 de setembro, o levantamento da imunidade de Consuelo Porras.
O social-democrata quer que Porras e um juiz possam ser investigados por seis alegados crimes, incluindo violação da Constituição e abuso de poder para fins eleitorais.
León também apresentou uma queixa criminal contra Curruchiche e Cinthia Monterroso, também da FECI, que está por detrás de uma perseguição judicial ao partido de León, o Movimento Semilla, temporariamente suspenso.
Entre 2019 e 2023, pelo menos 50 procuradores, jornalistas, ativistas e advogados guatemaltecos tiveram de se exilar por serem alvos de perseguição criminal por parte do Ministério Público, liderado por Consuelo Porras.
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