O ex-primeiro-ministro português António Guterres ficou à frente na quinta votação secreta ocorrida hoje entre os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas para eleger o próximo secretário-geral da organização, disseram fontes diplomáticas à Lusa.
Durante o voto, cada um dos 15 membros do conselho indicou se "encoraja", "desencoraja" ou "não tem opinião" sobre os 11 candidatos.
Guterres obteve 12 votos "encoraja", dois "desencoraja" e "sem opinião", curiosamente o mesmo resultado da última votação.
O sérvio Vuk Jeremic conseguiu roubar o segundo lugar ao eslovaco Miroslav Lajak, conseguindo oito votos de encorajamento, seis "desencoraja" e um "sem opinião. Já o eslovaco teve mais um voto de "desencoraja".
O grande destaque acaba por ir para Irina Bokova. A búlgara que lidera a UNESCO e que foi durante muito tempo considerada a favorita na corrida, tem agora mais votos "desencoraja" (sete), do que "encorajamentos" (seis).
Um ponto da situação
Neste momento, o lugar de secretário-geral da ONU é disputado por 9 candidatos.
O segundo lugar tem passado entre vários candidatos da Europa de Leste. O cargo é habitualmente atribuído a candidatos de diferentes áreas geográficas e um grupo de países, incluindo a Rússia, defende que chegou a hora de alguém desta região liderar a ONU.
Na primeira votação, destacou-se o ex-Presidente esloveno Danilo Turk, enquanto Vuk Jeremic, da Sérvia, subiu depois ao pódio e na terceira ronda, o lugar foi para o ministro dos Negócios Estrangeiros eslovaco, Miroslav Lajcak.
Apesar da pressão internacional para escolher pela primeira vez uma mulher para o cargo, posição que foi apoiada pelo atual secretário-geral, Ban Ki-moon, ainda nenhuma das candidatas conseguiu melhor do que um terceiro lugar nas votações.
A próxima votação, que está agendada para a primeira semana de outubro, vai destacar pela primeira vez os votos dos membros permanentes do conselho, que têm poder de veto sobre os candidatos.
António Guterres venceu as quatro primeiras votações para o cargo, que aconteceram a 21 de julho, 05 de agosto, 29 de agosto e 09 de setembro.
Assim que um candidato reunir nove votos entre os 15 países membros e aprovação de todos os membros permanentes - China, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos - o conselho recomendará o seu nome para aprovação pela Assembleia-Geral da ONU, que reúne representantes de 193 países.
A organização espera ter encontrado o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final do ano, durante o outono.
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