No relatório "Estatísticas: Crianças e Jovens Vítimas de Crime e de Violência 2013-2017", a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) indica que, entre 2013 e 2017, prestou auxílio a quase 4.700 pessoas, das quais 810 no ano passado, quando foram contabilizados 1.268 crimes.
Dos pedidos de auxílio que chegaram à associação, a vítima era filho/filha do agressor em 2.850 casos. Em 234 casos era colega de escola, em 120 era um conhecido e em 105 dos casos era neto do agressor.
Das situações reportadas à APAV, 74% dizem respeito a atos de violência em contexto doméstico, tendo maior expressão as situações de violência psicológica e de violência física.
"Cerca de 60% das crianças e jovens são filhos/as dos/as alegados/as autores/as. Com efeito, o espaço de segurança que deveria ser a casa onde residem estas vítimas é, não raras vezes, transformado num cenário de violência a que aquelas são expostas, direta ou indiretamente", refere o relatório.
De salientar que os pedidos de apoio para situações referentes a ‘bullying’, que são a expressão maior dos crimes em contexto escolar, totalizaram 428 ocorrências. No ano passado foram registadas 89 situações.
Adianta a APAV que se tem registado tendência crescente para os pedidos de apoio relativos a crimes de natureza sexual cometidos contra crianças e jovens, especialmente entre 2016 e 2017, durante os quais "todos os atos sexuais registados aumentaram entre 30 a 60%".
Independentemente do tipo de violência que as crianças e jovens podem ser alvo, verifica-se um relativo equilíbrio no género - embora a maioria das situações digam respeito a crianças e jovens do sexo feminino - e na idade.
Contudo, verificou-se uma diminuição das ocorrências sobre crianças de idade igual ou inferior a 10 anos em 2016 e 2017, em contraponto com o crescimento de pedidos de apoio para jovens entre os 11 e os 17 anos.
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