Segundo um comunicado recebido pelo SAPO24, o Infarmed garantiu que "stock disponível do medicamento remdesivir, de acordo com as alocações que têm vindo a ser feitas ao nosso País, constituindo uma primeira reserva que garante o acesso imediato ao medicamento".
A confirmação da autoridade nacional do Medicamento surge depois dos Estados Unidos terem confirmado ter comprado à empresa Gilead Sciences, produtora do medicamento, praticamente toda a reserva para três meses de remdesivir.
Esta compra, à partida, significaria que, nos próximos três meses, nenhum outro país teria acesso a este medicamento antiviral, cuja utilização foi recentemente recomendada pela Agência Europeia do Medicamento para adultos e jovens com mais de 12 anos que sofram ainda de pneumonia e necessitem de receber oxigénio.
No entanto, o Infarmed informa ter confirmado junto do "laboratório titular do medicamento remdesivir" que este "antecipa que não venha a existir qualquer constrangimento no acesso ao tratamento por parte dos doentes portugueses, tendo a garantia de acompanhamento conjunto da situação".
Hoje à tarde, a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, tinha dito aos jornalistas que o Infarmed “pediu informação à empresa” sobre os ‘stocks’ disponíveis do medicamento. “Só com uma resposta do lado da empresa é que conseguiremos adiantar se este recurso, nos termos em que estava a ser utilizado em Portugal, está salvaguardado”, disse Jamila Madeira.
O Infarmed sublinha ainda que "este medicamento esteve sempre disponível em Portugal, mesmo antes de ter a referida autorização condicional, através de pedidos de Autorização de Utilização Excecional, assim os médicos assistentes o entendessem". "Todos os pedidos de acesso ao medicamento pelos hospitais nacionais foram concedidos", garante o organismo.
Na semana passada, a ministra da Saúde, Marta Temido afirmou que Portugal estava a discutir com a empresa o acesso e preços de compra do antiviral, para o qual a Agência Europeia de Medicamentos (AEM) já recomendou uma autorização de mercado na União Europeia, a primeira para um medicamento contra a covid-19.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, indicou que os hospitais ativaram o programa de acesso precoce e têm usado o Remdesivir “para doentes graves”.
A Direção-Geral da Saúde assinala que o medicamento “foi útil na área pediátrica, foi rápido e fácil o acesso e nas crianças que o utilizaram, correu bem”.
A recomendação do comité para medicamentos para uso humano da AEM destina-se ao uso de Remdesivir em doentes com covid-19 adultos e jovens com mais de 12 anos e que sofram ainda de pneumonia e necessitem de receber oxigénio.
Portugal contabiliza pelo menos 1.579 mortos associados à covid-19 em 42.454 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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