A Valorsul, com cerca de 450 trabalhadores, é a empresa responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos recicláveis e resíduos sólidos urbanos produzidos em 19 concelhos das regiões de Lisboa e Oeste.

Em declarações à agência Lusa, Mário Matos, da comissão sindical, indicou que a greve está a ter uma “boa adesão”, escusando-se, contudo, a entrar em “guerra de números com a administração".

Num esclarecimento enviado ao SAPO24, a Valorsul frisa que "sempre procurou manter uma política de diálogo, recebendo sempre os seus Trabalhadores e a Comissão Sindical, ouvindo as suas preocupações e sugestões, com o objetivo de melhorar, em conjunto, as condições de trabalho e remuneratórias de todos os Trabalhadores".

Neste sentido, "apesar de não ter sido possível chegar a acordo com a Comissão Sindical, que muito lamenta, a Administração decidiu avançar com um aumento de 3,5% para todos os Trabalhadores – com efeitos retroativos a janeiro do presente ano – sendo que no ano de 2023 o aumento salarial fixou-se nos 4,7%".

"Neste mês de maio, a Valorsul também implementará um aumento do subsídio de alimentação para 9,6€, para todos os Trabalhadores, o que equivale a um aumento mensal de 25€. No total, esses ajustes resultam, em média num aumento de 92 euros no salário médio bruto mensal dos Trabalhadores", é explicado.

"Estes incrementos representam um esforço significativo para a empresa, e procuraram encontrar o equilíbrio entre os benefícios atribuídos e a sustentabilidade económica e financeira da empresa a médio e longo prazo", pode ainda ler-se.

Quanto à redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, "após consulta a todas as áreas da empresa, a Administração apresentou um modelo que acredita ir de encontro às aspirações dos Trabalhadores, na procura de uma melhor qualidade de vida e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, sem comprometer a produtividade da empresa. Continuamos abertos ao diálogo para encontrar a melhor solução para todos. De referir que essa mudança também resultará num aumento do valor/hora por Trabalhador".

A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas, para reivindicar melhorias salariais e a redução do horário de trabalho, estando a afetar setores e infraestruturas diferentes da Valorsul, mediante o dia.

De acordo com a calendarização da greve, a Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (CTRSU) foi a primeira a sofrer os efeitos, a partir das 00:00 de quarta-feira, onde foram feitas paralisações por turno.

Nos restantes dias de greve, a paralisação afetará o serviço de manutenção, caracterização e recolha seletiva, o Aterro Sanitário de Mato da Cruz e Instalação de Valorização de Escórias (ASMC), o Centro Sanitário do Oeste, Triagem e Estações de Transferência, o Centro de Triagem e Ecocentro do Lumiar e a Estação de Valorização Orgânica.

Alguns dos municípios servidos pela Valorsul emitiram notas nas suas páginas da Internet a informar de possíveis constrangimentos na recolha de lixo devido à greve dos trabalhadores da empresa.