Tanto a Oak Nature, com 10 quartos, como a Pousadela Village, com 11 casas, têm a Albufeira da Caniçada a seus pés, a Serra da Cabreira em pano de fundo e o Gerês ali mesmo ao virar da esquina.
Por estes dias, ambos estão cheios ou muito perto disso, sendo vistos pelos hóspedes como o refúgio ideal para recarregar baterias após meses difíceis de confinamento, decorrentes da pandemia de covid-19.
“Aqui, respira-se ar puro por todos os lados, é o local ideal para ‘desligar’ e até, em certa medida, para me reencontrar”, diz Filipa Pinto, jovem médica de Paços de Ferreira que trabalha nos Cuidados Intensivos do Hospital de Penafiel e que tem estado na linha da frente do combate à pandemia.
Filipa, de 29 anos, decidiu passar uns dias, com o companheiro, no Oak Nature, uma unidade de alojamento local em Vieira do Minho, que abriu em julho de 2019 e que por estes dias, desde que o país começou a desconfinar, não tem mãos a medir para atender os pedidos de reservas.
“Depois de dias e dias a fio carregados de stresse, isto é o mesmo o oásis que procurava”, acrescenta.
São quatro hectares de pura natureza, com muitos carvalhos que dão nome ao alojamento e com um “rigoroso” plano de contingência, para que os hóspedes se sintam plenamente seguros.
No máximo, poderá acolher 25 pessoas, um fator que, garante Guilherme Silva, proprietário do espaço, está a ter um peso decisivo na hora da reserva.
“As pessoas ainda têm algum receio do vírus e, por isso, escolhem espaços que não juntem muita gente”, refere, sublinhando que os fatores “natureza” e “ar puro” são também fundamentais.
Tiago e Maisa vivem no Porto, estão noivos, com casamento marcado para maio de 2021, e também rumaram ao Oak Nature para uns dias de férias longe da cidade e em contacto direto com a natureza.
“É um hotel muito tranquilo, pensam em todos os pormenores, há gel desinfetante em cada canto, ouvem-se os pássaros, vê-se a albufeira, vê-se a montanha, temos o Gerês aqui perto. Que mais poderíamos desejar para desconfinar em segurança?”, atira Maisa.
No aldeamento Pousadela Village, a poucos quilómetros de distância, o cenário repete-se, com a particularidade de, ali, o alojamento ser em casas autónomas.
Catarina Iglésias, de Espinho, confessa que o seu estilo de férias é mais pegar numa mochila e ir conhecer cidades movimentadas, mas este ano optou por passar uns dias, com o marido e a filha de três anos, naquele aldeamento de montanha em Vieira do Minho.
“É claro que esta opção tem que ver com o vírus. Tenho uma filha de três anos e senti que não podia nem devia arriscar. Aqui andamos à vontade, temos uma casa só para nós, não há multidões e há este ar puro que não há em mais lado nenhum”, refere.
A Pousadela Village abriu no verão de 2018, assumindo-se como um “projeto diferenciador” na área do alojamento de montanha e como uma “resposta à altura” do nome e do prestígio do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Vítor Barbosa, um dos três proprietários, diz que o aldeamento tem ainda a preocupação de combater a sazonalidade turística na região, criando condições de conforto para as alturas em que o frio aperta.
“Não foi à toa que decidimos criar uma piscina coberta aquecida”, refere.
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