Em comunicado hoje divulgado, a AML, que tem funções como autoridade de transporte, avança que a partir de hoje a “oferta de transporte público rodoviário de passageiros na região metropolitana de Lisboa foi reforçada para mais de 90%, relativamente à existente no período pré-pandémico, o que se traduz, em termos concretos, num crescimento de cerca de 4.000 circulações por dia, face à oferta registada em junho”.
Segundo a AML, a oferta configura “mais cerca de 57.000 quilómetros percorridos diariamente pelos transportes rodoviários na área metropolitana de Lisboa”.
De acordo com o organismo, a Barraqueiro (Boa Viagem e Mafrense), que serve os concelhos de Vila Franca de Xira, Mafra, Sintra e Loures, tem procedido a reforços de oferta desde segunda-feira, 29 de junho.
Desde hoje, está a disponibilizar uma oferta idêntica à registada no período homólogo em 2019, com reforços substanciais nas ligações a Lisboa e a outros locais sem alternativa de serviço.
A JJ Santo António, Isidoro Duarte e Henrique Leonardo Mota, que servem os concelhos de Loures e Mafra, estão, desde dia 29, a praticar os horários não escolares, com uma oferta que, no caso da JJ Santo António, chega aos 100%.
Já a Rodoviária de Lisboa, que serve Loures, Odivelas e parte de Vila Franca de Xira e Amadora, apresenta, por sua vez, uma oferta média acima dos 90%.
Desde segunda-feira, tem procedido ao reforço dos seus serviços, “designadamente das carreiras e horários onde há registos de maior procura".
"Algumas destas carreiras têm uma oferta idêntica à que se registava antes da fase pandémica”, lê-se na mesma nota.
A Scotturb, que serve o concelho de Sintra e as carreiras intermunicipais para Cascais e Oeiras, também oferece, desde hoje, 100% de reforço de oferta de rede, com especial atenção para os serviços que registavam maior procura, sendo assim a oferta idêntica à existente antes da pandemia.
De acordo com a AML, as carreiras 455 e 456 de Rio de Mouro para Cascais e Estoril estão a praticar horários reforçados que, pelo menos, são equivalentes à fase pré-pandémica e passaram a ser feitas com os veículos de maior dimensão.
A carreira 456 Rio de Mouro/Estoril está com um acréscimo de oferta na hora de ponta do período da manhã, com mais três circulações, face à oferta normalmente praticada, informa a AML.
Também a Vimeca/Lisboa Transportes, que serve os concelhos de Oeiras, Amadora e parte de Sintra, está a praticar desde hoje os horários normais nesta altura do ano, assegurando, assim, 100% da oferta.
Os TST – Transportes Sul do Tejo, que servem a Península de Setúbal, estão também a proceder a um reforço global do serviço de transportes, tendo sido retomadas as ligações a Lisboa que ainda se encontravam suspensas.
A Área Metropolitana de Lisboa, os municípios e os operadores estão, de uma forma conjunta, a monitorizar os serviços oferecidos, “para procederem, em caso de necessidade, a reajustes na oferta”, visando a prestação de um serviço público de transportes seguro e que vá ao encontro das necessidades de mobilidade da população da área metropolitana de Lisboa.
Hoje, a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) admitiu que tem havido sobrelotação nos transportes públicos de passageiros do país, com a passagem do estado de emergência para o de calamidade, devido à “avalanche” de utilizadores.
“Tem havido sobrelotação, nós temos recebido reclamações”, disse esta manhã o presidente da AMT, João Carvalho, aos deputados da comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa.
“Não era previsível que acontecesse isto. […] É uma coisa nova, estavam os serviços mínimos, de repente começa a avalanche de utilizadores de transportes”, acrescentou.
Segundo aquele responsável, a AMT, que regula e fiscaliza do setor dos transportes em Portugal, recebeu 400 reclamações relativamente ao transporte público de passageiros, entre o estado de emergência e o de calamidade, não só referentes a sobrelotação, mas também sobre questões de segurança e higiene.
Portugal contabiliza pelo menos 1.576 mortos associados à covid-19 em 42.141 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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