Em declarações à agência Lusa o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, considerou "impensável" que "esteja a ser levado à prática um bloqueio da mobilidade nas cidades servidas pelo metro que depois afetam todas as outras".
Também o responsável da mobilidade na AMP, Marco Martins, considerou que "esta greve afeta muito as cidades, todo o Grande Porto e toda a região", apontando que parar o metro "é algo inédito que afeta muito a vida dos cidadãos".
Em causa uma a primeira paralisação da operação da Metro do Porto em 16 anos de existência.
Na base das reivindicações dos agentes de condução está a redução da carga laboral, alteração na categoria profissional e mais contratações.
Os condutores pretendem também que lhes seja atribuída a categoria profissional de maquinista.
A greve de 24 horas na Metro do Porto, convocada pelo Sindicato dos maquinistas, iniciou-se às 00:00 de hoje, sendo que a operação do metro será retomada às 06:00 de terça-feira.
Esta manhã a Lusa constatou em estações de metro de vários concelhos, nomeadamente Porto, Gondomar e Vila Nova de Gaia, que esta paralisação deixou desertas as estações, os autocarros cheios, notando-se um acréscimo de carros a circular nas ruas, o que aumenta as filas de trânsito.
"É preciso perceber o que se está a passar e encetar o diálogo. Parece estar a acontecer uma febre de greves. Está a começar a ser evidente que as pessoas já perceberam que esta avalanche de greves é instrumental e o pior que pode acontecer à greve é não ter a adesão da opinião pública. É preciso bom senso e voltar ao diálogo porque isto é insustentável", disse à Lusa Eduardo Vítor Rodrigues, que é também presidente da câmara de Gaia.
Também Marco Martins fez um "apelo ao diálogo": "É evidente que os sindicatos têm direito à greve, mas é preciso bom senso naquilo que se pede. Ontem [domingo] decorreram negociações entre a Via Porto e os sindicatos. Sei que hoje vão continuar essas negociações. O meu apelo é que as partes cheguem a um acordo porque a região não pode estar bloqueada".
O também autarca de Gondomar apontou que a Metro do Porto transporta entre 170 a 180 mil pessoas por dia e disse que apenas três composições estão a operar entre as estações de Sete Bicas, em Matosinhos, e a Póvoa de Varzim.
A rede do Metro do Porto conta com seis linhas, servindo sete concelhos da Área Metropolitana do Porto.
A Metro do Porto refere que 9.000 pessoas podem ser transportadas por hora em cada linha.
Comentários