O Ministério Público (MP) acusou 12 pessoas pelo furto das armas da PSP, crimes alegadamente cometidos entre dezembro de 2015 e janeiro de 2017, tendo considerado que o agente da PSP Luis Gaiba aproveitou o deficiente controlo do armeiro, do qual foi responsável, para as furtar.

Luís Gaiba, que está suspenso de funções, respondeu em julgamento por associação criminosa, tráfico e mediação de armas, branqueamento de capitais, detenção de arma proibida e peculato.

Segundo o MP, Luís Gaiba percebeu que o controlo das armas se encontrava fragilizado, que o seu registo não era atualizado e que, devido à dispersão das chaves de acesso às instalações, não havia qualquer tipo de registo de acesso ao local e aproveitou as falhas de supervisão e controlo para furtar as armas, avaliadas em cerca de 20 mil euros, e vendê-las em circuitos paralelos de tráfico de armas e droga.

Gaiba, juntamente com a sua mulher (Huesley Gaiba dos Santos) e os arguidos António Laranginha e João Paulino, estes também arguidos no caso do furto das armas de Tancos, formaram um grupo, ao qual também pertenciam Mário Cardoso, Armando Barros e Manuel Neves.

O grupo, ainda segundo a acusação, vendeu as armas a um conjunto de pessoas que estavam acusadas de tráfico de droga em Portugal, Espanha e Reino Unido e em cujos processos foi possível apreender algumas das pistolas da polícia.

Este caso remonta a janeiro de 2017, quando foi detetado o desaparecimento de armas ‘Glock’ e respetivos estojos, dois carregadores e os ´kits´ de limpeza, após a apreensão de uma arma de fogo da polícia durante uma operação policial no Porto.

Em julgamento, Gaiba negou estar envolvido no furto das armas, justificando que o inventário feito pela comissária Isabel Lobo em 2017 está errado e que alguns responsáveis da PSP deviam estar no processo.

Em causa no processo estão crimes de associação criminosa, peculato, recetação, tráfico e mediação de armas, branqueamento de capitais, detenção de arma proibida e tráfico de droga.