“Tratou-se de mais um reconhecimento de Israel ao papel de Aristides de Sousa Mendes durante o Holocausto”, afirmou o embaixador Jorge Cabral.

A praça Aristides de Sousa Mendes fica no cruzamento das ruas Torah V’Avoda e Israel Zangwill.

“O que é muito importante e simbólico é que possa haver um local público com o nome dele”, acrescentou Jorge Cabral.

O diplomata destacou as anteriores homenagens e reconhecimento do Estado de Israel a Aristides de Sousa Mendes, designadamente quando passou a ser em 1966 um dos ‘Justos Entre as Nações’ – tornando-se o primeiro português a receber tal legitimidade -, e a ter uma árvore plantada com o seu nome na avenida dos Justos Entre as Nações.

Nascido em 19 de julho de 1885, na aldeia de Cabanas de Viriato, concelho do Carregal do Sal, Viseu, Aristides de Sousa Mendes morreu em abril de 1954, no Hospital Franciscano para os Pobres, em Lisboa.

Aristides de Sousa Mendes salvou milhares de judeus e outros refugiados do regime nazi, emitindo vistos à revelia das ordens da ditadura — a maioria entre 12 e 23 de junho de 1940 – o que lhe valeu mais tarde a expulsão da carreira diplomática, acabando por morrer na miséria.

Na cerimónia realizada hoje, numa parceria entre a Câmara de Jerusalém e a Fundação Sousa Mendes, participaram Moshe Lion, edil de Jerusalém, Gerald Mendes, neto do antigo cônsul, membros da Fundação – nos Estados Unidos e da filial israelita -, o embaixador Jorge Cabral e um grupo de familiares de pessoas salvas por Aristides de Sousa Mendes.

Estiveram ainda presentes no evento a ex-embaixadora de Israel em Portugal, Colette Avital, e o rabino Yaakov Kruger, filho do rabino Chaim Kruger, presidente da Fundação Sousa Mendes, entre outros.

Antes da cerimónia de dedicação, o grupo visitou o Yad Vashem, onde Gerald Mendes acendeu a ‘Chama Eterna’, “que mantém viva a memória dos que salvam vidas e também dos que morreram e que não devem ser esquecidos”, disse à Lusa Jorge Cabral.

O Yad Vashem é o memorial oficial de Israel para não deixar esquecer as vítimas judaicas do Holocausto.

Além de Aristides de Sousa Mendes, são considerados ‘Justos entre as Nações’ os cidadãos portugueses Joseph Brito-Mendes e sua mulher (em 2004), Carlos Sampaio Garrido (2010) e o padre Joaquim Carreira (2014).