No dia em que termina a quinzena de luta dos trabalhadores da administração local, cerca de uma centena de ativistas e dirigentes sindicais concentraram-se em frente do Ministério das Finanças, tendo na ocasião o líder da CGTP dito aos jornalistas que o Governo “obcecado com a redução do défice e recusando a renegociação da dívida está a originar o aumento do descontentamento dos trabalhadores e da opinião pública”.
Os trabalhadores, porque “não veem a resposta aos seus problemas”, e a opinião pública, porque “continua a verificar que os serviços públicos, ao contrário daquilo que lhe foi prometido, em vez de melhorarem estão a ficar degradados”, lamentou o dirigente sindical.
A quinzena de luta, segundo Arménio Carlos, concluiu-se num quadro de “uma dinâmica muito forte de ligação” dos sindicatos aos trabalhadores da administração local, tendo esta concentração sido organizada pelo STAL – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins.
O STAL entende que, apesar dos avanços verificados nos últimos anos, fruto da luta dos trabalhadores, a realidade é que os principais problemas de quem trabalha nas autarquias e no setor público “continuam sem solução”, tendo uma delegação de dirigentes sindicais entregue no Ministério das Finanças uma moção para dar a conhecer as reivindicações que querem ver resolvidas.
Nesse sentido, Arménio Carlos afirmou que é fundamental atualizar os salários dos trabalhadores da administração pública que “não são mexidos” desde 2009, que “é necessário ir mais longe nas carreiras” e que há, entre outras situações, “um grande número de trabalhadores” que ficam afastados da evolução das carreiras profissionais, além de os salários praticados serem muito baixos.
O Governo deve ainda responder às questões da precariedade que, de acordo com Arménio Carlos, continua a ser “um flagelo na administração local”.
Para a CGTP, neste momento, há um conjunto de autarquias que continuam a não responder à exigência da passagem destes trabalhadores com vínculos precários aos quadros efetivos”, o que é “inadmissível”, considerando que a maioria deles continua a desenvolver serviços permanentes, mas em muitos casos com contratos precários e outros ainda com contratos emprego e inserção, ou seja, desempregados.
Arménio Carlos, reportando-se à falta de resposta por parte do Governo às reivindicações dos trabalhadores das autarquias, considerou que “é grave porque se estão a frustrar expectativas, é grave porque se está a dar o espaço e a oportunidade à direita para por em causa os serviços públicos e reclamar a sua privatização e, por último, é grave porque os anseios e as aspirações das populações estão a sair frustrados”.
“Neste quadro, das duas uma, ou o Governo começa a governar tendo em consideração, em primeiro lugar, os trabalhadores e as pessoas e não os números, com a obsessão que tem dado mostras ou a contestação social e a luta irá aumentar nos próximos tempos”, advertiu o líder sindical.
Estas ações de luta e de informação por parte do STAL irão confluir no dia nacional de luta que se realizará em 01 de maio, o Dia do Trabalhador.
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