Pimenta Marinho salientou que os problemas que o diretor clínico e 51 diretores e chefes de serviço evocaram para a sua demissão, na quarta-feira, foram problemas estruturais como número de camas insuficiente ou lacunas em obras ou equipamentos e não questões de “a, b ou c”.
Na quarta-feira, aquando do anúncio da demissão destes profissionais de saúde, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, assumiu que seria dado um “sinal positivo” se o presidente do conselho de administração fosse substituído, considerando não estar a ser capaz de gerir a unidade hospitalar.
“Não é uma questão de uma só pessoa conseguir, por si só, resolver esses problemas, não é a saída de um elemento que resolve os problemas, aliás o próprio documento [carta de demissão] fala em conselhos de administração e direções clínicas, não está no singular, está no plural porque não depende só de uma pessoa”, vincou.
Na sua opinião, o que é necessário discutir são os meios e os recursos necessários para que as pessoas tenham boas condições para trabalhar e, dessa forma, possam prestar melhores cuidados de saúde.
“A tutela sempre esteve disponível para isso e continuará a estar disponível, atenta e à procura de dialogar com as pessoas, a trabalhar com os profissionais, diretores de serviço, diretores de urgência, resumindo, disponível para trabalhar com todos os parceiros desta instituição”, apontou.
Dizendo já ter visitado várias vezes o centro hospitalar e conhecer bem as suas “limitações”, Pimenta Marinho recordou que durante muitos anos nada foi feito devido a contingências internacionais e a dificuldades de investimento, estando-se hoje a tentar recuperar tudo isso.
“Precisamos de obras, todos sabemos, mas a fase B que está a desenvolver-se deverá estar concluída até ao final de 2019, há obras e equipamentos previstos ainda para este ano e empreitadas à espera de autorização, mas por vezes a burocracia atrasa e o que nós estamos a tentar fazer é agilizar processos”, explicou.
De 2015 até ao momento o centro hospitalar ganhou mais 390 profissionais, dos quais 52 médicos, e realizou, em 2017, 179.530 urgências e 497.267 consultas médicas, avançou.
Na quarta-feira, em conferência de imprensa, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, adiantou que demissões como as do CHVNGE poderão repetir-se noutro hospital do país “dentro de pouco tempo”.
“Poderão sempre, hoje, amanhã, daqui por um ano, isso é sempre uma possibilidade, faz parte da vida”, reagiu.
Pimenta Marinho considerou que apesar das dificuldades existentes no Norte, ressalvou que nesta região todos têm médico de família, existe uma boa distribuição geográfica de hospitais e acessibilidades globalmente boas.
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