Segundo o portal de notícias G1, a subida dos crimes violentos no país aconteceu durante a pandemia de covid-19, que obrigou autoridades locais a decretarem medidas de isolamento social para evitar a proliferação do novo coronavírus, condição que em tese deveria favorecer a queda deste indicador, já que nas suas casas a população está menos exposta aos crimes cometidos nas ruas.

O portal brasileiro realiza mensalmente uma contagem sobre crimes violentos no país com dados das secretarias de Segurança Pública dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Em seis meses foram registadas 22.680 mortes violentas, contra 21.357 mortes contabilizadas no mesmo período do ano passado. Ou seja, na comparação ocorreram 1.323 mortes a mais.

Os indicadores sobre o aumento no número de assassínios cometidos no país interrompeu uma tendência de queda registada nos últimos anos, incluindo 2019, quando este tipo de crime registou uma queda de 19% na comparação com o ano imediatamente anterior.

Os dados indicaram que 17 estados brasileiros apresentaram aumento no número de assassínios registados no período. Deste total, cinco estados tiveram subidas superiores a 15%: Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Maranhão e Ceará.

Apenas o estado do Ceará, localizado na região nordeste do país, registou um aumento de 102,3% nas mortes violentas do primeiro semestre.

Segundo este levantamento, os estados e cidades do nordeste foram responsáveis pelo aumento dos assassínios registados no Brasil já que este tipo de crime cresceu 22,4% naquela região.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 3,5 milhões de casos e 112.304 óbitos), depois dos Estados Unidos da América.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 793.847 mortos e infetou mais de 22,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.