As discussões em torno da resolução – intitulada “Estratégia Global das Nações Unidas Contra o Terrorismo: oitava revisão” – foram lideradas pelo Canadá e pela Tunísia, e a sua adoção foi comemorada com aplausos da Assembleia Geral.

O texto hoje adotado reafirma que quaisquer atos terroristas são criminosos e injustificáveis, independentemente da sua motivação, local, momento e por quem tenha sido cometido, e condena o terrorismo em todas as suas formas e manifestações, incluindo com base na xenofobia, racismo e outras formas de intolerância, ou em nome de religiões ou crenças.

Na abertura da sessão, o presidente da Assembleia Geral, Csaba Korosi, afirmou que o terrorismo “é um julgamento destrutivo alimentado pelo ódio, que não conhece fronteiras e ceifa milhares de vidas inocentes todos os anos, incluindo de crianças, grávidas e idosos”.

“O terrorismo, nacional ou transnacional, vive de conflitos e instabilidades, marginalizações, desigualdades, discriminações, violações dos direitos humanos, ilegalidades e má governação. O nosso modo de vida insustentável só aumentará essa pressão no futuro”, advogou o diplomata de origem húngara.

Alvo de revisões a cada dois anos, esta estratégia é um instrumento global que visa aumentar os esforços nacionais, regionais e internacionais para combater o terrorismo.

Através da sua adoção por consenso em 2006, todos os Estados-membros da ONU concordaram com uma abordagem estratégica e operacional comum para combater o terrorismo, com medidas práticas que incluem o fortalecimento da capacidade dos Estados para combater as ameaças terroristas até uma melhor coordenação da arquitetura e das atividades antiterroristas do sistema da ONU.

Já a revisão da estratégia representa uma oportunidade para os Estados-membros renovarem o seu compromisso internacional nesse âmbito, fazerem um balanço do progresso na implementação da estratégia nos últimos dois anos e identificar outras áreas que requerem atenção nos anos seguintes.

No final da adoção por consenso, o representante permanente de Cuba junto da ONU, Gerardo Penalver, teceu duras críticas aos Estados Unidos da América (EUA), que acusou de apoiar e financiar ataques terroristas ao seu país, “com incalculáveis sofrimentos e prejuízos causados às famílias, às vítimas e à sociedade cubana em geral”.

“Rejeitamos veementemente a inclusão de Cuba na lista do Departamento de Estado norte-americano [de países] que supostamente patrocinam o terrorismo internacional. Esta designação é hipócrita, oportunista e difamatória. É sabido que estas designações não têm fundamento e não respeitam nenhuma autoridade internacional”, acrescentou o diplomata cubano.

Termina na sexta-feira a semana antiterrorismo da ONU, um encontro bienal de Estados-membros e parceiros internacionais de combate ao terrorismo.

Além de uma conferência de alto nível, a ONU manteve ao longo desta semana cerca de 40 eventos paralelos dedicado ao tema, com a presença de organizações intergovernamentais, da sociedade civil, academia e setor privado.