Por unanimidade e aclamação, os 193 Estados com assento na Assembleia-Geral apoiaram Bachelet, nomeada esta semana pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, após consultas com os grupos regionais.
Michelle Bachelet, de 66 anos, assumirá o cargo a 01 de setembro, por um período de quatro anos, sucedendo ao diplomata jordano Zeid Ra’ad Al-Hussein, um crítico feroz dos abusos dos direitos humanos em todo o mundo que reitera que não é o organismo que dirige que “envergonha os Governos, eles envergonham-se a si mesmos”.
Al-Hussein, membro da família real jordana, cujo mandato de quatro anos termina a 31 de agosto, saudou hoje a escolha de Bachelet como sua sucessora, elogiando o seu “profundo empenho na defesa dos direitos humanos”.
Em comunicado, o Alto-Comissário cessante declarou-se “realmente encantado” com a nomeação da antiga chefe de Estado chilena.
“Ela tem todas as qualidades — coragem, perseverança, paixão e um profundo compromisso com os direitos humanos — para ser uma Alta-Comissária bem-sucedida”, sublinhou.
Todos os grupos regionais das Nações Unidas celebraram hoje a nomeação e destacaram a grande experiência internacional de Bachelet e o seu empenho na defesa dos direitos humanos, em especial na defesa das mulheres.
A ex-Presidente chilena, que ficará à frente da ampla estrutura de direitos humanos da ONU, com sede principal em Genebra, na Suíça, será a principal responsável por denunciar os abusos mais graves e trabalhar com os Governos para melhorar a proteção dos direitos humanos em todo o mundo.
O cargo é considerado um dos mais complexos dentro da ONU, e os seus titulares têm sido amiúde alvo de críticas e pressões de líderes internacionais.
Com esta nomeação, Bachelet regressa às Nações Unidas, onde foi, entre 2010 e 2013, a primeira diretora-executiva da ONU Mulheres.
A dirigente socialista foi Presidente do Chile em dois períodos, entre 2006 e 2010 e entre 2014 e março deste ano.
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