A proposta da Direção-Geral da AAC foi aprovada hoje com 231 votos a favor, 22 abstenções e zero votos contra, em assembleia magna convocada para o efeito (os estatutos da Associação assim o determinam), afirmou à agência Lusa o presidente da AAC, João Assunção.
Na proposta apresentada em Magna, João Assunção realçou a importância de Manuel Alegre na cultura coimbrã (vários dos seus poemas ganharam vida em canções do Fado de Coimbra, como “A Trova do Vento que Passa”), mas também pelo seu papel na resistência contra o Estado Novo e na consolidação da democracia em Portugal.
“É uma figura maior da cultura coimbrã, foi um pilar fundamental da música de Coimbra, foi atleta da AAC e foi um líder na resistência à ditadura. Será um digníssimo representante da instituição”, vincou.
De acordo com o dirigente estudantil, a atribuição do estatuto surgiu depois de a AAC ter instituído o Prémio Literário Manuel Alegre, para o qual o escritor foi convidado a participar e que aceitou “com toda a honra”.
“Num diálogo privado, disse-lhe que já era ‘honoris causa’ de tantas instituições, era Prémio Pessoa e que só lhe faltava mesmo o ‘honoris causa’ da Universidade de Coimbra, a sua ‘alma mater’. E Manuel Alegre, humilde, disse que mais importante que isso era o prémio literário e estar associado à história da Academia de Coimbra”, realçou João Assunção.
Entre associados honorários da AAC, estão o antigo reitor da Universidade de Coimbra Rui Alarcão, o antigo administrador dos Serviços de Ação Social Luzio Vaz, ou o antigo ministro Salgado Zenha, assim como os membros da direção da Associação na crise académica de 1969.
Em 2017, Manuel Alegre foi o 12.º autor português distinguido com o Prémio Camões, o mais importante da literatura de Língua Portuguesa.
Em 1999, foi galardoado com o Prémio Pessoa.
Paralelamente à sua carreira literária, Manuel Alegre, natural de Águeda, foi deputado pelo Partido Socialista, durante 34 anos, e por duas vezes, em 2006 e 2009, candidato à Presidência da República.
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