"A AMDS condena publicamente o presidente dos EUA, Donald Trump, por suspender a contribuição do país à OMS e ao mesmo tempo apoia a posição do secretário-geral das Nações Unidas, da União Europeia, da União Africana e de diversas nações entre as quais Portugal que consideram não ser o momento para fragilizar a organização", lê-se num comunicado divulgado pela associação.

"Neste momento, os EUA são o país que regista o maior número de mortos por covid-19, (...) apesar de o presidente norte-americano ter minimizado desde o princípio as consequências da pandemia", acrescenta.

Trump anunciou na terça-feira que vai suspender a contribuição financeira dos Estados Unidos para a OMS, justificando a decisão com a "má gestão" da pandemia provocada pelo novo coronavírus.

No comunicado, a AMDS sublinhou que "o diretor da revista médica The Lancet, o médico britânico Richard Horton, classifica a decisão de Trump como 'um crime contra a humanidade' e 'uma traição atroz contra a solidariedade global'", considerando que "todos os cientistas, todos os trabalhadores da área da saúde e todos os cidadãos devem resistir e rebelar-se contra esta traição atroz contra a solidariedade global".

O anúncio de Donald Trump, de que os EUA suspenderão a contribuição para a Organização Mundial de Saúde (OMS), está a provocar uma vaga de reações de preocupação e repúdio, vindas de todo o mundo.

Na terça-feira, Trump anunciou que os Estados Unidos suspenderão a contribuição anual para a OMS, de cerca de 300 milhões de euros, alegando que a organização de saúde das Nações Unidas estão a fazer uma má gestão da crise provocada pela pandemia da covid-19, protegendo a posição chinesa.

As reações da comunidade internacional não demoraram, vindas de todos os continentes, genericamente condenando a posição do Governo norte-americano, sobretudo por acontecer em plena pandemia, quando a concertação internacional na área da saúde é mais importante.

A OMS reagiu dizendo que "lamenta" a decisão de Trump e diz que estudará o seu impacto na organização, procurando maneiras de a compensar.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 140 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 450 mil doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (31.590) e mais casos de infeção confirmados (641 mil).