A manifestação “Contra o Fascismo, Mais e Melhor Habitação”, organizada pela associação Habitação Hoje, é a primeira a apoderar-se das ruas da cidade.

Com ponto de encontro na Praça dos Poveiros, a manifestação inicia-se pelas 15:30, desconhecendo-se, até ao momento, qual será o percurso da marcha.

A 500 metros de distância da Praça dos Poveiros, e uma hora e meia depois, inicia-se na Praça D. João I a manifestação “Menos Imigração, Mais Habitação”, organizada pelo grupo 1143.

Inicialmente prevista para as 18:00, a concentração antecipou-se para as 17:00, “após contactos telefónicos com a PSP e por comum acordo”, revelou o grupo numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

Também o percurso da manifestação foi alterado: ao invés de terminar na Praça D. João I, irá descer a Rua Sá da Bandeira, subir a Avenida dos Aliados e terminar junto à Câmara Municipal do Porto.

A realização das duas manifestações contou com o parecer positivo do Comando Metropolitano da PSP do Porto, que irá acompanhar os dois percursos.

Por “razões de segurança”, a Metro do Porto decidiu encerrar, entre as 14:30 e as 19:00, a estação dos Aliados.

Nas redes sociais, tanto o grupo 1143, como a associação Habitação Hoje apelaram à participação da população nas respetivas manifestações.

Mário Machado é o porta-voz do grupo 1143

Na rede social X, o grupo 1143, que tem como porta-voz o militante de extrema-direita Mário Machado, convocou “todos os patriotas a marcarem presença” no Porto para mostrarem “oposição à invasão de imigrantes, que é a principal razão para o aumento brutal do preço da habitação”.

“Os Fascistas de Abril querem proibir os patriotas de se manifestarem no Porto”, lê-se noutra publicação do grupo.

Já no Facebook, a associação Habitação Hoje apelou à união “da classe trabalhadora, portuguesa e imigrante, contra o fascismo, o ódio e a desinformação”.

Numa tentativa de impedir a realização da manifestação convocada pela extrema-direita, várias organizações envolvidas na “manifestação contra o fascismo” lançaram uma carta aberta endereçada ao Presidente da República, presidente da Câmara do Porto, comandante da PSP do Porto e outros responsáveis da área da justiça.

Consultada pela Lusa, a missiva, semelhante à divulgada em janeiro na sequência da manifestação “contra a islamização da Europa” no Martim Moniz, em Lisboa, apela que a se trave “a saída desta manifestação que se constitui como incitamento ao ódio e à violência e não mero exercício da liberdade de expressão”.