Os ambientalistas da Zero frisam que há mais de 100 estudos científicos que confirmam um aumento dos preços dos alimentos devido ao crescimento da procura de biocombustíveis produzidos a partir de culturas alimentares.

Num comunicado hoje divulgado, a Zero nota que o aumento da procura de biodiesel teve “um grande impacto nos preços dos óleos vegetais na União Europeia, como a colza, óleo de palma, soja e girassol”.

No total, houve um aumento de 171% no preço dos óleos vegetais só no período da crise alimentar, entre 2006 e 2008, notou à agência Lusa o dirigente da Zero, Francisco Ferreira.

“Os aumentos nos preços dos alimentos a nível mundial têm um elevado impacto, em especial nas populações mais pobres nos países em desenvolvimento”, refere a Zero.

O Parlamento Europeu e os estados-membros da União Europeia estão atualmente em processo de rever uma proposta da Comissão Europeia para rever a legislação europeia sobre energias renováveis.

A ideia é que, até 2030, o limite do consumo de biocombustíveis de culturas alimentares para consumo humano e animal passe de 7% para 3,8% no consumo final de energias nos transportes rodoviários e ferroviários.

Um novo estudo citado pelos ambientalistas estima que em 2030 os óleos alimentares seriam 8% mais baratos se a Europa eliminasse a produção de biocombustíveis com base em culturas alimentares até essa data.

A associação Zero quer que o Governo português aceite a diminuição em debate na Europa, mas Portugal tem manifestado o seu desacordo.

Os argumentos do Governo vão no sentido de alertar para o investimento que tem sido feito pelas empresas em instalações para produzir biocombustíveis considerados de primeira geração, defendendo que se mantenha em 7% a meta de produção de biocombustíveis.

Para a Zero, estas instalações de primeira geração têm um período de recuperação do seu investimento de cinco a 10 anos, considerando assim que no final deste ano já estarão pagas 95% das instalações construídas em 2012.

Os ambientalistas alegam ainda que está já a haver um desinvestimento nas instalações de produção de biocombustíveis de primeira geração, tendo caído de 250 em 2010 para 237 em 2015 as instalações que produzem o biocombustível de primeira geração mais comum na União Europeia.

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