Perto de duas dezenas de pessoas, pertencentes ao Grupo Ecológico de Cascais, Grupo dos Amigos de Árvores de Sintra, Fórum Cidadania Lisboa, Fórum Carcavelos e SOS Parque Natural Sintra-Cascais, participaram esta tarde numa caminhada na serra com o objetivo de alertar para o abate de árvores que está a ser levado a cabo.

Em causa está o “abate de centenas de árvores de grande porte numa área significativa do Parque Natural Sintra-Cascais”, na freguesia de Alcabideche, concelho de Cascais, distrito de Lisboa, situação para a qual algumas organizações ambientalistas já apresentaram queixa, inclusive ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática.

Há uma semana, numa resposta enviada à agência Lusa, a Câmara Municipal de Cascais explicou que a intervenção na serra de Sintra e Penha Longa “tem única e exclusivamente objetivos de conservação e pressupõe, entre outras ações, o controlo e erradicação de espécies invasoras exóticas, em particular a ‘acácias spp’, para, consequentemente, se iniciar o processo de restauração da floresta nativa, com plantação de árvores e arbustos distribuídos em função da sua especificidade [nomeadamente carvalhos, sobreiros, medronheiros, espécies arbustivas diversas e ripícolas]”.

Essa intenção foi reforçada na quinta-feira, com a publicação na página da Internet da Câmara de Cascais de um vídeo no qual esta intervenção é explicada por técnicos municipais e por responsáveis do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que garantem que o processo está a cumprir todos os pressupostos estabelecidos.

Apesar destas garantias, vários grupos ambientalistas contestam a intervenção e consideram que aquilo que está a acontecer é “um crime ambiental”.

“Aquilo que está em causa é a destruição de grande parte do Parque Sintra-Cascais. Ao contrário daquilo que a Câmara Municipal está a dizer não são espécies invasoras que estão em causa nestes cortes”, assegurou à Lusa o vice-presidente do Grupo Ecológico de Cascais, Pedro Jordão, um dos promotores da ação de protesto.

O ativista referiu que “estão a ser cortadas centenas de espécies não exóticas, como ciprestes e pinheiros”.

“Estas intervenções põem em risco a fauna e a flora. A intervenção que está a ser seguida está errada e só prejudica o Parque Natural”, sublinhou Pedro Jordão.

No mesmo sentido, o engenheiro agrónomo Eugénio Sequeira, antigo presidente da Liga para a Proteção da Natureza (LPN) e ex-vereador da Câmara Municipal de Cascais, também contestou a intervenção que está a ser feita no Parque Natural.

“Isto tudo choca-me. Defender a Serra de Sintra é vital. Cortar a eito sem plantar é um erro. Perde-se a diversidade e a paisagem”, apontou.

Os grupos ambientalistas que contestam esta intervenção no Parque Natural Sintra-Cascais têm divulgado várias fotografias e vídeos nas redes sociais.

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