
Em meados de março, a UE abriu caminho para a criação de centros de imigrantes fora das suas fronteiras, através de um mecanismo que permitiria aos Estados-membros estabelecer tais centros em países não pertencentes à UE, com a intenção de enviar para lá pessoas cujos pedidos de asilo foram rejeitados e que são obrigadas a deixar o território.
Dois meses depois, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou que tinham iniciado negociações para criar esses "centros de retorno" fora do Reino Unido.
Embora não tenha especificado quais os países envolvidos nessas negociações, os Balcãs parecem ser um destino provável.
Keir Starmer mencionou também a Albânia, que já abriga centros de retorno para imigrantes vindos da Itália.
Além disso, o Reino Unido anunciou na semana passada um pacote de investimento de sei mil milhões de euros na Macedônia do Norte.
"Em vez de tratar os Bálcãs como um depósito de imigrantes, a UE e o Reino Unido poderiam desempenhar um papel importante no apoio ao desenvolvimento de sistemas de asilo funcionais", declarou a Human Rights Watch nesta segunda-feira, concentrando especial atenção à situação na Bósnia.
A ONG destaca que, em 2023, a Bósnia concedeu o status de refugiado a apenas quatro pessoas — de um total de 147 solicitações.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, citado no relatório, "embora a lei de asilo do país preveja uma decisão em até seis meses, muitas vezes leva esse mesmo tempo apenas para obter uma entrevista inicial e até 344 dias para uma decisão final. Enquanto aguardam essa decisão, os requerentes de asilo ficam praticamente sem direitos".
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