
Os repórteres da AP começaram a ter o acesso à Sala Oval bloqueado há duas semanas, por causa da decisão da agência de continuar a usar o nome Golfo do México, apesar de um decreto de Donald Trump ter mudado o nome dessa zona marítima para Golfo da América.
A AP entrou com uma ação judicial contra três funcionários da Casa Branca em Washington, onde alega que a exclusão dos seus jornalistas viola a Primeira Emenda da Constituição, que garante a liberdade de imprensa e de expressão.
O juiz Trevor McFadden, nomeado por Trump, negou o pedido da AP para restituir imediatamente o acesso da agência a todos os eventos da Casa Branca, mas pediu às partes que apresentem argumentos por escrito e marcou uma audiência para o próximo dia 20 de março.
O veto à AP estende-se ao avião presidencial, onde as agências de notícias têm um assento permanente.
Na conferência de imprensa de hoje entre Emmanuel Macron e Donald Trump, os meios franceses em Washington deixaram que a primeira pergunta fosse feita pelo repórter da AP.
"A imprensa e todas as pessoas nos Estados Unidos têm o direito de escolher as suas próprias palavras e de não sofrer retaliações do governo", diz a ação da AP, dirigida contra a chefe de gabinete da Casa Branca, Susan Wiles, o vice-chefe de gabinete, Taylor Budowich, e a secretária de imprensa, Karoline Leavitt.
Os advogados que defendem os funcionários da Casa Branca disseram que o caso não consiste em proibir a AP de participar nas conferências de imprensa ou de usar as instalações da Casa Branca para a imprensa: "Este caso é sobre a perda do acesso especial ao presidente por parte da Associated Press, uma escolha presidencial essencialmente discricionária, que não infringe nenhum direito constitucional."
"A maioria dos jornalistas não tem acesso rotineiro à Sala Oval, ao Air Force One ou à residência presidencial em Mar-a-Lago", acrescentaram os advogados. "O presidente decide quem tem acesso especial de imprensa a eventos exclusivos."
No seu livro de estilo, a agência destaca que o nome Golfo do México é usado há mais de 400 anos, e diz que vai se referir a ele pelo seu nome original, embora reconheça o novo nome escolhido por Trump. A AP acrescenta que, como agência internacional, deve usar nomes "facilmente reconhecíveis por todos os públicos".
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