À margem da visita à Associação Somos Nós, para a autonomia e integração de jovens deficientes, Assunção Cristas mostrou-se na expectativa quanto a uma possível cedência do governo à esquerda parlamentar nesta discussão das alterações ao Código do Trabalho.
"Sobre essas matérias vamos ter todos oportunidade de observar e de ver o que se está a passar. Mas mais uma vez percebemos que há uma base de apoio do governo que falha em muitos aspetos essenciais e há um governo que negoceia como se tivesse uma maioria que, afinal, não está lá", afirmou.
Acompanhada pelos deputados Pedro Mota Soares e Cecília Meireles, a líder centrista admitiu ter tirado anotações da palestra que acabara de assistir na Cimeira do Clima no Porto, proferida pelo ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama.
"Tirei algumas anotações, sobretudo uma que me parece particularmente relevante: quando questionado sobre o que dizer às pessoas sobre vir para a política, uma vez que hoje ser político muitas vezes não é bem-visto, a resposta foi: vai-se para a política por convicções, por questões que têm que ver com uma certa visão ética para a própria humanidade'", disse Obama, citado por Assunção Cristas.
Questionada sobre se o antigo chefe de Estado norte-americano faz falta à política mundial, Assunção Cristas concordou, afirmando que "ficará para a nossa história contemporânea como o Presidente dos Estados Unidos que sobre o tema das alterações climáticas conseguiu trazer o seu país para um acordo global e do qual estavam arredados desde Quioto".
Na visita à associação que tem 27 utentes e que "projeta, a curto prazo, crescer para uma área residencial, resolvendo, assim, o problema de alojamento dos mais idosos", a líder centrista citou o "exemplo de trabalho feito de forma muito profunda e estruturada a pensar em cada uma das pessoas" que acolhe.
Lembrando dois projetos do CDS, citou o estatuto do cuidador informal para lamentar o facto de estar "há muito tempo para ser regulamentado pelo governo" e outro, no âmbito da reintegração dos precários, já aprovado no parlamento, que "prevê que haja uma cota de 5% de pessoas com algum tipo de deficiência, mas que possam fazer algumas funções dentro da administração pública".
"Estamos agora muito atentos para verificar a sua efetiva concretização", disse.
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