“Hoje temos uma greve dos juízes. Reparem, estamos a falar de titulares de órgãos de soberania, que não é suposto fazerem greve. Se a estão a fazer – e nós por princípio entendemos que não faz sentido – é porque estão desesperados e estão no limite”, afirmou Assunção Cristas.

A presidente do CDS-PP falava numa sessão de apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2019 aos militantes e simpatizantes do CDS-PP, no concelho da Batalha, distrito de Leiria.

Nesta ocasião, ao comentar a greve dos juízes, mas também os protestos dos professores e das forças de segurança, a presidente do CDS-PP considerou que o Governo, liderado pelo socialista António Costa, “nada faz ou faz muito pouco daquilo que promete”.

“Há um descontentamento profundo das forças de segurança e os professores foram enganados há um ano”, adiantou, referindo que o partido vê “um país real e descontente”.

O protesto nacional dos juízes contra a revisão “incompleta” do Estatuto, por não contemplar reivindicações remuneratórias e de carreira, iniciou-se hoje com uma greve geral, que levou ao cancelamento de muitos julgamentos e outras diligências processuais.

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) estimou que o nível de adesão dos magistrados judiciais à greve geral hoje realizada, em protesto contra o processo de revisão do Estatuto, rondou os 90%.

Em conferência de imprensa em Lisboa, Vânia Magalhães, da direção da ASJP, referiu que a associação recebeu até às 17:00 de hoje 1.200 comunicações diretas de colegas que aderiram à greve, havendo a juntar o “elevado número de juízes que enviaram diretamente a comunicação aos conselhos superiores e aos juízes presidentes e que só os comunicarão nos próximos dias”.