“Face à gravidade da situação na Venezuela e tendo em atenção a situação dos portugueses na Venezuela, e de acordo com o que o CDS-PP apresentou no parlamento relativamente ao plano de contingência e na salvaguarda dos direitos dos nossos compatriotas, peço ao Governo que desencadeie os mecanismos necessários com vista ao reconhecimento deste Governo, que estamos em crer respeita o Estado de Direito democrático, abrindo caminho para eleições livres”, escreveu Assunção Cristas no Facebook.

Juan Guaidó autoproclamou-se hoje Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

"Levantemos a mão: Hoje, 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação [da Presidência da República], um Governo de transição e eleições livres", declarou.

Para Juan Guaidó, "não se trata de fazer nada paralelo", já que tem “o apoio da gente nas ruas".

O engenheiro mecânico de 35 anos tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 03 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.

Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela comunidade internacional.

A 15 de janeiro, numa coluna de opinião publicada no diário norte-americano The Washington Post, Juan Guaidó invocou artigos da Constituição que instam os venezuelanos a rejeitar os regimes que não respeitem os valores democráticos, declarando-se “em condições e disposto a ocupar as funções de Presidente interino com o objetivo de organizar eleições livres e justas”.

Os Estados Unidos, o Canadá, a Organização dos Estados Americanos (OEA), o Brasil, a Colômbia, o Peru, o Paraguai, o Equador, o Chile e a Costa Rica também já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.

Até agora, só o México anunciou que se mantém ao lado de Nicolás Maduro.

A Venezuela enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Esta crise num país outrora rico, graças às suas reservas de petróleo, está a provocar carências alimentares e de medicamentos.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação deverá atingir 10.000.000% em 2019.