Moscovo foi alvo de um ataque com drones. A Rússia atribuiu o ataque a Kiev, alegando tratar-se de uma resposta punitiva da Ucrânia a ações idênticas que as forças russas realizaram contra Kiev desde domingo e que provocaram a morte de duas pessoas.
“É claro que estamos a falar da resposta do regime de Kiev ao nosso ataque muito eficaz a um dos centros de decisão”, disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
Mas a Ucrânia negou ter sido a responsável. “Observamos os ataques com grande prazer e prevemos que o número de ataques irá aumentar, mas não temos qualquer ligação direta com eles”, disse o conselheiro da presidência ucraniana, Mikhailo Podoliak.
Numa entrevista, no Youtube, Podoliak disse ainda que “as pessoas acreditam que podem jogar um jogo unilateral, que podem destruir um Estado soberano com absoluta impunidade”.
O conselheiro ucraniano desvalorizou as alegações por parte da Rússia e lembrou que o que o preocupa são as dezenas de ‘drones’ e mísseis lançados contra Kiev apenas nos últimos dois dias.
"O que se passa em Moscovo não tem qualquer importância para a Ucrânia", disse ainda Podoliak, tendo em conta a agressão que Rússia está a fazer ao seu país desde fevereiro de 2022. E lembrou o ataque de ontem, “quando houve 11 ataques de mísseis balísticos Iskander em plena luz do dia, as nossas crianças correram a gritar para os abrigos. É isto que nos preocupa”, afirmou.
Na véspera dos ataques a Moscovo, o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, manifestou-se indignado por os moscovitas terem uma vida normal, enquanto os ucranianos sofrem constantemente com os bombardeamentos russos.
O ataque de hoje, “com oito aviões não tripulados”, teve como alvo zonas civis da região de Moscovo - com uma população de mais de 21 milhões. De acordo com a Reuters, os drones foram “abatidos” ou “desativados” com “sistemas de bloqueio de equipamento eletrónico”.
O governador da região de Moscovo, Andrei Vorobyov, confirmou que vários drones foram abatidos pelas forças armadas russas quando se aproximavam da capital.
Informação que foi mais tarde confirmada pelo Ministério da Defesa russo ao declarar que “oito dispositivos estiveram envolvidos no ataque, dos quais cinco foram abatidos pela defesa antiaérea e três foram neutralizados por meios eletrónicos”.
“Ninguém foi hospitalizado”, disse o governador de Moscovo. “O apoio médico necessário foi prestado no local dos ataques: apenas duas pessoas precisaram de assistência e nenhuma delas ficou ferida com gravidade”, concluiu.
Também há registo de pequenos danos em vários edifícios da zona Sul da cidade. Contudo, “todas as agências russas relevantes atuaram eficazmente em resposta ao ataque”, disse o porta-voz do Kremlin.
Por último, numa intervenção na televisão estatal russa, Vladimir Putin acusou a Ucrânia de tentar aterrorizar a população russa.
“O regime de Kiev escolheu outro caminho, o das tentativas de intimidar a Rússia, intimidar cidadãos russos e atacar edifícios residenciais. Este é, obviamente, um sinal claro de atividade terrorista”, afirmou o responsável pela guerra na Ucrânia.
*com Lusa e Reuters
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