Os rebeldes houthis, que contam com o apoio do Irão, têm atacado desde novembro barcos comerciais que navegam pelo Mar Vermelho e pelo Golfo de Áden, e que consideram estar vinculados a Israel.
De acordo com os insurgentes, estão a agir em solidariedade aos palestinianos da Faixa de Gaza, palco de um conflito entre o Exército israelita e o movimento islamista Hamas.
Os tripulantes mortos na quarta-feira terão sido as primeiras vítimas fatais dessas ações. Dois deles eram marinheiros filipinos, anunciou o governo do país do sudeste asiático. Outros dois tripulantes filipinos ficaram "gravemente feridos" no ataque, segundo o governo.
Um míssil balístico antinavio atingiu o "M/V True Confidence", de bandeira de Barbados e propriedade liberiana. A sua tripulação informou que são "três vítimas mortais, pelo menos quatro feridos, entre os quais três estão em estado crítico, e danos significativos na embarcação", declarou o Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) em comunicado.
"A tripulação abandonou o barco e os navios de guerra da coligação responderam e estão a avaliar a situação", disse o Centcom, ao destacar que se tratava da quinta vez que os houthis lançavam um míssil balístico antinavio em dois dias.
"Estes ataques temerários dos houthis perturbaram o comércio mundial e custaram as vidas de navegantes internacionais", acrescentou o Centcom.
Num comunicado nas redes sociais, o porta-voz militar houthi Yahya Saree afirmou que o "True Confidence" foi alcançado por "mísseis" depois da "tripulação ter ignorado as mensagens de advertência", provocando um "incêndio".
A embaixada britânica em Sanaa tinha anunciado anteriormente que o balanço era de ao menos dois mortos, e descreveu a perda de vidas como "a triste, mas inevitável consequência dos houthis dispararem temerariamente mísseis contra a navegação internacional".
"Vamos continuar a defender a liberdade de navegação e apoiaremos as nossas palavras com ações", prometeu o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron.
Devido aos ataques dos houthis, os Estados Unidos implementaram uma força multinacional de proteção marítima e realizaram, muitas vezes com a ajuda do Reino Unido, bombardeios contra posições dos rebeldes no Iémen. Por isso, os insurgentes também atacam barcos americanos e britânicos.
"Vamos continuar a exigir que prestem contas. Pedimos aos governos de todo o mundo que façam o mesmo", disse antes à imprensa o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller.
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