“No dia 18 de novembro, um colega da UNRWA no norte de Gaza foi morto por um bombardeamento israelita. No total, 104 colegas foram mortos desde o início da guerra”, afirmou, antes de recordar que “este é o maior número de trabalhadores da ONU mortos num conflito na história”.
De acordo com esta agência, nas últimas 24 horas, houve “múltiplos incidentes” que afetaram as instalações da UNRWA, e provocaram “mortos e feridos entre as pessoas deslocadas que se encontravam abrigadas nas instalações”. “A UNRWA ainda está a tentar verificar o número de vítimas”, referiu a agência.
Segundo este organismo, cerca de 1,7 milhões de palestinianos foram deslocados na Faixa de Gaza desde 07 de outubro, quando começou a ofensiva militar israelita na sequência de ataques do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas). Em 2022, segundo dados do CIA World Fact Book, a Faixa de Gaza tinha uma população de 2,4 milhões de pessoas.
Do total de pessoas deslocadas, cerca de 884 mil estão em 154 instalações da UNRWA na Faixa de Gaza, incluindo cerca de 724 mil em 97 instalações nas zonas do Centro, Khan Younis e Rafah, para onde Israel pediu às pessoas que se deslocassem a partir do norte.
“Cerca de 160 mil deslocados internos estavam abrigados em 57 escolas da UNRWA no norte e na cidade de Gaza desde 12 de outubro, antes da ordem de evacuação emitida pelas autoridades israelitas”, refere o organismo.
A UNRWA alerta que “não teve acesso a estes abrigos para prestar assistência ou proteção a estas pessoas deslocadas, nem dispõe de informações sobre as suas necessidades ou condições”.
A agência confirmou igualmente que foi notificada por Israel de que autorizará a passagem de 120 mil litros de combustível de dois em dois dias, após mais de um mês de proibição de todas as entregas e depois de ter autorizado um pequeno carregamento que se limitava a abastecer os camiões da UNRWA para a entrega de ajuda humanitária.
A agência salientou que este novo montante “será utilizado em dois dias e cobre apenas metade das necessidades críticas diárias”.
“O combustível é também fundamental para as redes de telecomunicações”, explicou, depois de quatro bloqueios de comunicações terem impedido a circulação de camiões de ajuda a partir da passagem de Rafah.
Por último, referiu que um trabalhador da UNRWA foi brevemente detido na quinta-feira pelas forças de segurança israelitas durante uma operação de segurança no campo de refugiados de Farah, nos arredores de Nablus, enquanto mais de 1.600 estudantes de quatro escolas do campo de refugiados de Jenin “continuam a não poder aceder em segurança às instalações devido ao mau estado das estradas”, por causa dos danos causados pelos bulldozers israelitas.
Israel atacou o enclave na sequência dos ataques do Hamas, em 07 de outubro, que causaram cerca de 1.200 mortos e 240 reféns.
As autoridades da Faixa de Gaza referiram que morreram já 12.300 pessoas, incluindo mais de 5.000 crianças, enquanto mais de 180 palestinianos foram mortos pelas forças de segurança israelitas e em ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
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