Segundo um novo balanço das autoridades francesas, avançado pelos serviços de segurança, há também a registar 12 feridos graves.
Oito dos mortos são elementos das Forças Armadas burkinabés e outras tantas de assaltantes, acrescentaram as fontes.
Um anterior balanço da AFP deu conta de pelo menos 28 mortos e 85 feridos.
Na manhã de sexta-feira, um grupo de homens armados atacou a zona diplomática e as instalações militares na capital do Burkina Faso, causando vários incêndios e envolvendo-se em confrontos com as forças de segurança.
Na zona diplomática onde ocorreu o ataque encontram-se vários Ministérios (como Negócios Estrangeiros e Economia) e Embaixadas (França, Bélgica e Dinamarca).
Em Ouagadougou, após visitar hoje a sede do EMFA local, atacado com uma viatura armadilhada, o primeiro-ministro burkinabé, Paul Kaba Thiéba, disse ter visto “cenas apocalípticas” e prestou homenagem aos soldados mortos nos ataques.
“Condeno veementemente o atentando terrorista, cobarde, contra o nosso país, pois mais uma vez semeou inutilmente a morte e a desolação. Tenham confiança nas nossas instituições no combate a estes inimigos, que não passam de terroristas”, disse Thiéba, ladeado pelo embaixador de França em Ouagadougou, Xavier Lapeyre de Cabanes.
O diplomata francês, por seu lado, destacou que o ataque terrorista à missão diplomática gaulesa e à sede do EMFA burkinabé, ambos em Ouagadougou, não vai dividir os dois países, mas sim reforçar a cooperação militar bilateral.
Por considerar que se tratava de uma “possível tentativa de homicídio terrorista”, a secção antiterrorista da Procuradoria francesa abriu um inquérito ao ataque, disse o embaixador francês à agência AFP.
Segundo o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, o principal alvo deste ataque era a Embaixada do seu país.
“Até a zona estar totalmente segura, é impossível saber as circunstâncias ou o alcance do ataque”, disse Philippe à imprensa.
Em comunicado, o chefe da diplomacia, Jean-Yves Le Drian, revelou que a equipa de segurança da Embaixada está a trabalhar com as forças locais para “reduzir a ameaça”.
Vítima regular de atentados às suas embaixadas em África, a França reforçou, entretanto, a segurança das suas instalações na região, num trabalho que envolve a polícia e a elite da guarda militar.
Desde o início do século, e essencialmente desde o início da Operação Serval no Mali, em 2013, vários grupos “jihadistas” tentam atingir os interesses franceses na faixa do Sahel e na África Ocidental.
A Operação Serval é uma intervenção militar no Mali iniciada em janeiro de 2013 por forças francesas com o apoio de outros países destinada a travar o avanço de várias organizações extremistas islâmicas associadas a Al-Qaeda.
Nos últimos anos, a capital do Burkina Faso foi alvo frequente de vários atentados de autoria ‘jihadista’, apontados a lugares representativos do Estado (como escolas e esquadras) ou frequentados por ocidentais.
De acordo com os dados mais recentes do Governo burkinabé, desde 2015 até hoje, morreram mais de 70 pessoas devido a ataques de grupos ‘jihadistas’.
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